Decisão do rei Charles III gera repercussões significativas

O advogado de Virginia Giuffre elogia a retirada do título de príncipe Andrew e destaca a importância de ouvir as vítimas de abuso.

Em 30 de agosto de 2023, o rei Charles III do Reino Unido retirou o título de príncipe do seu irmão Andrew. A advogada de Virginia Giuffre, que acusou Andrew de abuso sexual, comemorou a decisão, afirmando que “deveria servir de lição para todos”.

Sigrid McCawley, representante de Giuffre, destacou que “a voz de Virginia Giuffre mudou a história” e enfatizou a coragem dela diante das adversidades. Em sua declaração, McCawley afirmou que a ação do rei é um passo importante para acreditar nas vítimas de abuso e escutar suas histórias. O Palácio de Buckingham também anunciou que Andrew foi expulso de sua residência em Windsor, uma medida que visa distanciar a família real dele, dadas suas conexões com o escândalo de Jeffrey Epstein.

Consequências da decisão do rei

Andrew, de 65 anos, já enfrentava crescente pressão devido ao seu comportamento e suas ligações com Epstein. Recentemente, ele foi proibido de utilizar o título de Duque de York. Com a retirada de seus títulos, Andrew é agora conhecido apenas como Andrew Mountbatten-Windsor.

Além da perda do título, uma notificação formal foi enviada a Andrew, exigindo que ele rescinda o contrato de arrendamento de sua mansão Royal Lodge e se mude para uma acomodação privada na propriedade de Sandringham. Essa decisão do rei, que lida com tratamento contra o câncer, é considerada uma das mais drásticas já tomadas contra um membro da família real.

O contexto das acusações

Andrew foi forçado a renunciar ao cargo de embaixador comercial itinerante em 2011 e abandonou todas as funções reais em 2019, após alegações de má conduta sexual que ele sempre negou. Em 2022, ele perdeu seus vínculos militares e patrocínios reais em meio a essas alegações. O desfecho de um processo movido por Virginia Giuffre, que faleceu em abril, trouxe à tona novamente as acusações que Andrew refutou.

A decisão do rei Charles III não só impacta Andrew, mas também levanta questões sobre a responsabilidade e a resposta das instituições em casos de abuso. O caso de Giuffre e a resposta do sistema são emblemáticos do atual debate sobre a credibilidade das vítimas de abuso.