Revista vendeu 300 mil exemplares e mudou o cenário da representatividade
Comemora-se 40 anos da histórica capa de Roberta Close na Playboy brasileira.
Roberta Close e a histórica capa da Playboy
Em 1984, Roberta Close fez história ao se tornar a primeira mulher trans a estampar a capa da Playboy brasileira. A edição, que vendeu 300 mil exemplares, não apenas consolidou a modelo como um ícone de beleza, mas também abriu portas para discussões sobre gênero e inclusão na sociedade brasileira.
A trajetória de Roberta Close
Nascida em uma família de classe média no Rio de Janeiro, Roberta tomou conhecimento de sua identidade de gênero ainda na adolescência. Contudo, essa descoberta não foi fácil e veio acompanhada de uma série de rejeições e preconceitos, especialmente dentro de casa. Para proteger sua integridade, ela decidiu se mudar para viver com a avó. A reviravolta na sua vida aconteceu aos 16 anos, quando um produtor a descobriu e a convidou para o mundo da moda.
A consagração na mídia
Após colocar silicone nos seios aos 18 anos, Roberta começou a desfilar para grifes nacionais e internacionais, ganhando destaque no cenário da moda. Em 1981, venceu o título de Miss Brasil Gay, mas foi em 1984 que sua fama realmente decolou, ao ser coroada vedete do carnaval carioca. O convite para posar na Playboy foi um marco não apenas para sua carreira, mas também para a representatividade das mulheres trans na mídia brasileira.
Enfrentando preconceitos
Em uma recente entrevista, Roberta revisitou sua trajetória e o preconceito que enfrentou ao longo da carreira. Em suas palavras: “Falaram que eu estava deformada, que eu era um monstro… Eu não me sinto um monstro.” Durante a conversa, Roberta falou sobre sua condição biológica e o rótulo que recebeu, sendo considerada uma pseudo-hermafrodita. A respeito disso, explicou: “Acho que a humanidade é especial por causa da diversidade.”
A relevância da discussão
Para aprofundar essa temática, em uma de suas aparições, o falecido apresentador Gugu Liberato entrevistou o cirurgião Dr. Jalma Jurado, que esclareceu sobre a terminologia do assunto. O médico destacou que o termo “hermafrodita” não é mais utilizado na medicina atual, explicando sua origem mítica e a confusão que gera nos dias de hoje.
Impacto cultural e social
Roberta Close não é apenas uma figura importante na história da Playboy; sua presença representa uma luta contínua por aceitação e visibilidade das pessoas trans no Brasil. A sua trajetória inspirou e continua a inspirar muitos, provando que histórias de superação e resistência são fundamentais para a construção de uma sociedade mais inclusiva. Com a venda de 300 mil exemplares, a Playboy não só solidificou a imagem de Roberta como um símbolo de beleza, mas também elevou a discussão sobre a diversidade sexual e de gênero no Brasil.
Fonte: www.purepeople.com.br
Fonte: Luiza Ambiel revela ajuda fundamental de Gugu


