O bilionário aposta em empresas penalizadas por investimentos necessários.
Ron Baron aposta em empresas penalizadas pelo mercado, investindo em crescimento a longo prazo.
Ron Baron, um bilionário e respeitado investidor, tem se destacado no mercado por suas apostas em empresas de crescimento acelerado. Sua estratégia, no entanto, vai além dos nomes mais conhecidos como Tesla e SpaceX. Baron acredita que cerca de 10 a 15% de seu portfólio deve ser dedicado a empresas pouco valorizadas, que enfrentam penalizações temporárias do mercado devido a seus investimentos necessários para o crescimento futuro.
O foco em empresas negligenciadas
Baron observou que o mercado tende a concentrar-se intensamente em investimentos de megaempresas de tecnologia, especialmente no que diz respeito à inteligência artificial e infraestrutura de dados. No entanto, ele alerta que muitas outras empresas estão sendo vendidas a preços de desconto por estarem investindo em suas operações. Essa abordagem, segundo ele, é uma oportunidade para investidores dispostos a olhar além das flutuações de curto prazo.
Recentemente, ele citou o exemplo do JPMorgan, que viu suas ações despencarem após anunciar um aumento em seus gastos. No entanto, essa queda foi seguida por uma recuperação rápida, exemplificando a dinâmica que Baron considera um microcosmo de sua filosofia de investimento. Ele considera que as reações de curto prazo do mercado são uma oportunidade para adquirir ações a preços baixos de empresas que têm potencial de crescimento.
A estratégia de três pilares
Na entrevista ao programa “ETF Edge”, Baron detalhou sua estratégia de investimento, que pode ser dividida em três categorias principais. Primeiro, ele investe entre 30 e 40% em empresas de crescimento acelerado, que apresentam um risco elevado. Em seguida, de 50 a 55% do portfólio é alocado em empresas que apresentam um crescimento sólido de dois dígitos. Por último, os 10 a 15% restantes são dedicados a empresas que estão sendo penalizadas no curto prazo, mas que têm um potencial de crescimento substancial no futuro.
Baron acredita que, embora essas empresas sejam atualmente indesejadas por investidores focados apenas em resultados trimestrais, elas possuem um grande potencial de valorização.
Olhando para o futuro
Desde a fundação da Baron Capital em 1982, a empresa gerou mais de $57 bilhões em lucros para seus acionistas. Baron projeta que nos próximos 10 anos, a firma poderá gerar até $250 bilhões em lucros. Ele observa que o foco excessivo da mídia e de investidores em tecnologia tem deixado muitas oportunidades interessantes para trás, especialmente em setores como hotelaria, imóveis e produtos de consumo.
Seu filho, Michael Baron, também co-presidente da Baron Capital, acrescenta que pequenas e médias empresas devem começar a se beneficiar à medida que as taxas de juros caem. Ele destaca como essas empresas têm investido em si mesmas, mesmo enfrentando penalizações de mercado, e acredita que isso pode resultar em ganhos significativos no futuro.
Baron menciona como exemplos de empresas que investiram em si mesmas e agora estão colhendo os frutos essa mudança: a Guidewire Software e a Idexx. Ambas passaram por períodos difíceis, mas suas estratégias de longo prazo estão começando a dar resultados positivos.
“Muitas empresas ainda no nosso portfólio estão sendo penalizadas por investir em si mesmas, e isso representa uma grande oportunidade para nós”, conclui Michael Baron, enfatizando a visão de longo prazo da família Baron no mundo dos investimentos.



