SAG-AFTRA critica Tilly Norwood, ‘ator’ gerado por IA

A união de atores condena a representação de personagens digitais em Hollywood

A SAG-AFTRA condena a representação de Tilly Norwood, um 'ator' gerado por IA, por desvalorizar a arte humana.

Em um forte posicionamento, a união de atores SAG-AFTRA condenou, nesta terça-feira (3), a tentativa de agentes de talentos de assinar Tilly Norwood, um “ator” gerado por inteligência artificial, para representação. A SAG-AFTRA declarou que Tilly não é um ator, mas um personagem criado por um programa de computador que foi treinado com o trabalho de inúmeros profissionais da atuação.

A crítica da união de atores

A união enfatizou que a criação digital carece de experiências de vida e emoções, e que a audiência parece não ter interesse em conteúdos gerados por computador que não estão conectados à experiência humana. Além disso, a SAG-AFTRA alertou que os produtores de Hollywood devem estar cientes de que não podem usar intérpretes sintéticos sem cumprir obrigações contratuais, que geralmente requerem notificação e negociação quando um performer sintético for utilizado.

Reação de Hollywood

Tilly Norwood foi criada pela empresa de IA Particle6 Productions, liderada pela comediante Eline Van der Velden, que anunciou no Festival de Cinema de Zurique que várias agências de talentos estavam buscando escalar a criação digital para filmes e shows, gerando uma onda de indignação em Hollywood. Diversos atores, incluindo Emily Blunt e Whoopi Goldberg, criticaram a iniciativa. Goldberg, por sua vez, afirmou que “é uma vantagem um pouco injusta” e que os espectadores sempre conseguirão distinguir entre humanos e IA.

Defensora da IA

Em resposta às críticas, Van der Velden declarou que vê a IA como uma ferramenta, uma nova forma de expressão artística. Ela argumentou que personagens de IA devem ser avaliados dentro de seu próprio gênero, em vez de serem comparados diretamente com atores humanos. No entanto, seus comentários não foram suficientes para acalmar o debate crescente sobre o futuro das produções cinematográficas e a integração de personagens digitais.

O futuro da atuação

O assunto levantou discussões notáveis em conferências, como no evento The Grill em Los Angeles, onde especialistas em tecnologia de entretenimento expressaram ceticismo em relação à viabilidade de atores digitais. Yves Bergquist, do USC’s Entertainment Technology Center, chamou a ideia de “nonsense”, afirmando que, apesar das possibilidades, não existem artistas digitais de destaque até o momento. O debate sobre a utilização de IA na indústria do entretenimento continua a evoluir, especialmente após um acordo histórico entre a SAG-AFTRA e os estúdios de Hollywood em 2023, que inclui regulamentos em torno da IA.

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