Sanae Takaichi é a primeira mulher a comandar o Japão

Anadolu

A nova premiê traz uma agenda política ultraconservadora e desafios econômicos

Sanae Takaichi é a primeira mulher a assumir o cargo de premiê do Japão, enfrentando uma série de desafios políticos e econômicos.

A nacionalista Sanae Takaichi foi nomeada primeira-ministra do Japão nesta terça-feira (21/10), e, desta forma, será a primeira mulher a comandar o país. Ela conquistou a vitória na votação parlamentar para escolha do cargo, após ter sido eleita líder da legenda governista Partido Liberal Democrático (PLD) no início do mês. A vitória de Takaichi foi anunciada com entusiasmo no Parlamento, onde ela se impôs na Câmara Alta em segundo turno contra Yoshihiko Noda, líder do maior partido da oposição, com 125 votos contra 46.

Agenda política e desafios

A nomeação de Takaichi, de 64 anos, foi assegurada após um acordo com o Partido da Inovação do Japão, seu novo parceiro de coalizão. Ela assume o Japão em meio a uma crise política, sendo a quinta líder nacional em cinco anos. A agenda de Takaichi inclui receber o presidente dos EUA, Donald Trump, na próxima semana, e implementar a estratégia “abenomics”, que busca impulsionar a economia através de grandes gastos e política monetária flexível.

Visões sobre gênero e economia

Admiradora de Margaret Thatcher, Takaichi é uma figura proeminente na política ultraconservadora, defendendo o fortalecimento das forças armadas e políticas rígidas sobre imigração. Sua postura em relação às mulheres é controversa; embora prometa um governo com mais mulheres, apenas duas foram nomeadas entre os 19 ministros. O Japão ocupa apenas o 118º lugar no ranking de igualdade de gênero, o que reflete os desafios que Takaichi enfrentará.

Relações internacionais e postura sobre a China

A nova premiê já se destacou como uma crítica da China, mas tem mostrado uma postura mais ponderada recentemente. Takaichi também apoia Taiwan e busca fortalecer a cooperação em segurança entre os dois países. No entanto, sua visão revisionista da história e resistência em reconhecer atrocidades do passado japonês podem afetar sua diplomacia.

A atuação de Takaichi no cenário internacional ainda é uma incógnita, mas sua liderança promete ser marcada por desafios significativos tanto internos quanto externos.

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