Análise do desempenho e estratégia do banco no cenário atual
Santander Brasil registra lucro de R$ 4 bilhões no 3T25, superando expectativas, mas com crescimento abaixo da média do mercado.
Nesta segunda-feira, 7 de outubro de 2025, o Santander Brasil (SANB11) divulgou um lucro de R$ 4 bilhões, superando o consenso do mercado que esperava R$ 3,7 bilhões. Apesar da boa performance, a instituição apresentou um crescimento de 3,8% na carteira de crédito, que chegou a R$ 689 bilhões, ainda inferior à média de crescimento do mercado de 10%.
Estratégia de Crescimento Sustentável
Durante a coletiva, o CEO Mario Leão reafirmou a estratégia de crescimento moderado, destacando: “É possível que cresçamos menos do que o mercado como um todo — e tudo bem, desde que esse crescimento esteja ancorado nos clientes e segmentos em que queremos atuar.” Leão também mencionou que o capital anteriormente direcionado à baixa renda está sendo realocado para pequenas e médias empresas e clientes de maior poder aquisitivo.
Expectativas Econômicas e Política Monetária
Leão indicou que a economia apresenta sinais de desaceleração, alinhada com a política monetária do Banco Central. A atual taxa básica de juros, em 15%, é a mais alta em décadas. O CEO espera uma redução de 200 pontos-base, com a taxa caindo para 13% no primeiro trimestre de 2026. Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, confia na condução da política monetária pelo Banco Central, que busca equilibrar a desaceleração econômica com a necessidade de crescimento.
Cenário Eleitoral e Volatilidade
Leão também abordou o impacto das eleições presidenciais de 2026, afirmando que anos eleitorais podem trazer volatilidade, mas não necessariamente um desempenho negativo. “Estamos preparados para qualquer nível de volatilidade que possa surgir”, destacou. Ele acredita que 2026 terá um CDI médio menor do que em 2025, dependendo da evolução da inflação.
Conclusão
A mensagem do balanço e as declarações de Leão refletem uma visão cautelosa, mas otimista, para o Santander, focando em um crescimento sustentável e em um ambiente econômico em transformação. O CEO acredita que a redução contínua da taxa de juros será essencial para que as empresas consigam se desalavancar, preparando o terreno para um cenário mais favorável nos próximos anos.