Diante do aumento preocupante de casos de sarampo no Brasil e na América, o Ministério da Saúde implementou uma estratégia emergencial: a vacinação com a dose zero para bebês entre seis e onze meses. A medida busca proteger os mais vulneráveis e evitar a disseminação da doença, que havia sido erradicada no país em 2016.
O Brasil registrou 22 casos de sarampo em 2025, com um foco de transmissão em uma comunidade rural de Campos Lindos, Tocantins, onde 17 pessoas foram infectadas. A situação é agravada pelo crescimento alarmante de casos em países vizinhos, incluindo mais de 10 mil registros na América do Norte e surtos na Bolívia e Argentina.
Essa combinação de fatores levou o Ministério da Saúde a reforçar a importância da vacinação em massa para conter o avanço do sarampo. O objetivo é evitar que novos surtos se instalem no país, que reconquistou o status de livre da doença em 2024.
A dose zero, que não substitui as vacinas de rotina como a tríplice viral, antecipa a proteção para bebês mais novos, considerados um dos grupos de maior risco. A medida visa criar uma barreira imunológica e interromper a cadeia de transmissão do vírus.
De acordo com nota técnica do Ministério da Saúde, a vacinação extra será ampliada em municípios de diversos estados, incluindo Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso e São Paulo. O gerente de Imunização da SES de Mato Grosso do Sul, Frederico Moraes, enfatizou que o objetivo é “interromper qualquer possibilidade de transmissão, vacinando o público-alvo no menor tempo possível, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade”.
Além da dose zero, a Paraíba adotou um sistema de incentivo financeiro para os municípios que atingirem altas taxas de vacinação, premiando as equipes de imunização que se destacarem na cobertura vacinal. A Sociedade Brasileira de Pediatria também orientou médicos a recomendarem a dose zero aos pacientes, reforçando a importância da medida preventiva.