Espaços planejados para o público infantil refletem mudança no estilo de vida das famílias brasileiras
A valorização de áreas comuns pensadas para crianças tem ganhado destaque no mercado imobiliário brasileiro. Pesquisas recentes da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) apontam que a segurança condominial é decisiva para 64% dos compradores de imóveis em 2024. Além disso, o levantamento de 2023 mostrou que mulheres com filhos priorizam condomínios que oferecem áreas de lazer adequadas. Esses números refletem uma transformação de comportamento: para muitas famílias, o espaço coletivo destinado às crianças é tão importante quanto a própria unidade de moradia.
Segundo o gerente de incorporação da TUO Empreendimentos, Felipe Felitto, esse movimento reflete um desejo coletivo por ambientes que proporcionem não apenas diversão, mas também segurança e qualidade de vida, principalmente num cenário onde as cidades cresceram de maneira acelerada e, em muitos casos, desordenada, tornando a circulação de crianças em ruas e praças um desafio. “Questões como o aumento do trânsito, a violência urbana e a escassez de áreas verdes acessíveis limitam a experiência infantil fora de casa. Nesse contexto, os empreendimentos imobiliários passaram a assumir um papel social importante, o de oferecer condições para que as crianças possam brincar, socializar e se desenvolver dentro de um espaço protegido, que ofereça a tranquilidade necessária para os pais e estimule a autonomia dos filhos”, afirma.
Áreas comuns pensadas para a infância
A criação de áreas comuns pensadas para a infância não se resume à instalação de playgrounds tradicionais, já que cada vez mais, os projetos incorporam diferentes tipos de ambientes, que estimulam múltiplas dimensões do desenvolvimento infantil. Brinquedotecas, salões de jogos, piscinas adaptadas, quadras esportivas e até mesmo espaços de convivência ao ar livre são desenhados para atender a diversas faixas etárias, desde os primeiros anos até a adolescência. “A intenção é oferecer opções variadas, que incentivem tanto a atividade física quanto a imaginação, a cooperação e a sociabilidade. Além disso, a integração dessas áreas com espaços de convívio para adultos fortalece vínculos familiares e comunitários, criando oportunidades para que pais e filhos compartilhem experiências no mesmo ambiente”, explica Felitto.
Especialistas em desenvolvimento infantil e urbanismo urbano, como relatam estudos do UNICEF Brasil e do Instituto Alana, apontam que o contato frequente das crianças com ambientes coletivos planejados influencia diretamente no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas. Do ponto de vista físico, áreas ao ar livre e equipamentos esportivos auxiliam na coordenação motora, no equilíbrio e no estímulo a práticas mais saudáveis desde cedo. “Quando associados a um ambiente seguro e monitorado, esses benefícios se ampliam, permitindo que os pequenos explorem com liberdade, dentro de limites previamente planejados para protegê-los”, comenta Felitto.
Empreendimento para a família
Nesse cenário, alguns empreendimentos têm se destacado por incorporar de maneira consistente essa visão em seus projetos, como é o caso do Natune, em Curitiba, primeiro lançamento da TUO Empreendimentos na cidade, que dedicou 40% de suas 21 áreas de lazer exclusivamente às crianças. Entre os espaços estão brinquedoteca, parquinho, espaço picnic, salão de jogos, quadra esportiva, quadra de areia, piscina privativa com churrasqueira, criando um conjunto diverso de ambientes para diferentes momentos da infância. “Quando falamos em áreas de lazer infantis, falamos também de segurança. Esses espaços são planejados para que as famílias se sintam tranquilas, sabendo que seus filhos estão em um ambiente protegido, que incentiva a interação, o movimento e a criatividade”, explica o gerente.
Outro diferencial do Natune é a preservação de um bosque de mais de 5.000 m² dentro do empreendimento, o que amplia ainda mais o potencial das experiências infantis, ainda que seja um bosque apenas observativo. O convívio com áreas verdes fortalece não apenas a saúde física, mas também a saúde emocional, oferecendo respiro frente ao excesso de estímulos digitais que fazem parte da vida moderna. “Mais do que um conjunto de equipamentos de lazer, iniciativas como essa representam uma mudança de paradigma na forma de planejar empreendimentos: a infância volta a ser prioridade no desenho da vida em comunidade”, finaliza Felitto.