O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) confirmou a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, nesta quarta-feira, interrompendo um ciclo de sete elevações consecutivas. A decisão, já esperada pelo mercado, reflete a estratégia de manter uma política monetária restritiva para conter a inflação, mesmo diante de um cenário econômico incerto.
A manutenção da Selic nesse patamar já havia ocorrido na reunião anterior do Copom. O ciclo de aperto monetário teve início em setembro do ano passado, quando a taxa básica de juros saltou de 10,50% para 10,75% ao ano, marcando uma mudança de rumo na política econômica.
De acordo com o Banco Central, a taxa de juros de 15% ao ano permanecerá em vigor pelos próximos 45 dias, até a próxima reunião do Copom, agendada para os dias 4 e 5 de novembro. A decisão de manter a Selic inalterada demonstra a cautela do BC em avaliar os impactos acumulados do ajuste já realizado.
Os diretores do Copom, responsáveis por definir a Selic, têm a missão de controlar a inflação, que embora mostre sinais de arrefecimento, ainda preocupa o Banco Central. Em sua última ata, o Copom enfatizou que pretende manter a taxa de juros em um patamar significativamente contracionista por um período prolongado, diante das expectativas inflacionárias que permanecem desancoradas.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, ressalta o texto divulgado pelo BC. Além disso, o Banco Central manifestou preocupação com os impactos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, o que contribui para um cenário de maior incerteza.
Analistas do mercado financeiro, consultados no relatório Focus, não preveem novos aumentos na Selic ainda neste ano, estimando que a taxa básica de juros encerre 2024 em 15% ao ano. As projeções indicam ainda que a Selic dificilmente retornará a um patamar de um dígito antes do término do governo Lula e do mandato de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central.