Evento reúne mais de 500 pessoas e discute a cultura das abelhas nativas sem ferrão
Mais de 500 participantes compareceram ao 19º Seminário Paranaense de Meliponicultura em Prudentópolis.
19º Seminário Paranaense de Meliponicultura: um encontro de especialistas e produtores
O 19º Seminário Paranaense de Meliponicultura, realizado em Prudentópolis, no Centro-Sul do Paraná, reuniu mais de 500 pessoas, entre especialistas, pesquisadores e produtores da cadeia do mel. O evento teve como objetivo principal ampliar os conhecimentos sobre a meliponicultura, que se refere à cultura das abelhas nativas sem ferrão, uma prática cada vez mais valorizada no estado.
Encontro promovido por associações e universidades
O seminário foi organizado pela Câmara Técnica da área, que inclui associações de produtores, universidades e entidades públicas, como o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná). Durante o evento, diversas palestras e oficinas foram realizadas, abordando temas relevantes para os participantes.
Marlon Tiago Hladczuk, extensionista do IDR-Paraná, destacou que “os temas abordados nas oficinas e palestras foram ótimos, cumprindo os objetivos de transmitir conhecimentos sobre a promoção e geração de renda, a sustentabilidade no campo e o equilíbrio ambiental”. O feedback dos participantes foi positivo, com as demandas atendidas de forma eficaz.
Crescimento da meliponicultura no Paraná
Prudentópolis é reconhecida por ter o maior número de propriedades rurais cadastradas com essa cultura na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A meliponicultura apresenta uma demanda crescente no mercado, com melhorias nos preços do mel e da cera das abelhas sem ferrão. O pólen, conhecido como samburá, também se destaca como um produto muito procurado, gerando renda aos produtores.
Apoio do Governo e capacitação
O Governo do Estado tem se mostrado ativo no apoio ao setor da apicultura. O IDR-Paraná está capacitando 25 técnicos para atuarem especificamente na apicultura, incluindo a meliponicultura. O objetivo é fornecer conhecimento aos produtores, promovendo uma renda conectada a outras culturas dentro da propriedade rural, como grãos e frutas.
O programa Coopera Paraná é uma das iniciativas focadas no apoio a associações e cooperativas da agricultura familiar que lidam com a cadeia produtiva do mel. Além disso, o Banco do Agricultor Paranaense oferece uma linha de financiamento específica para agricultores que desejam se dedicar à atividade, com a absorção integral dos juros pelo Estado.
Impacto positivo dos seminários
Os seminários de meliponicultura são fundamentais para a troca de conhecimentos entre especialistas e produtores. Hladczuk enfatizou que essa interação é crucial para o avanço positivo de toda a cadeia produtiva do mel.
Produção de mel no Paraná
De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE, o Paraná liderou a produção de mel em 2024, com 9,82 mil toneladas, representando 14,6% da produção brasileira total. Essa produção gerou uma receita de R$ 180,9 milhões, equivalente a 17,9% do total nacional.
As exportações de mel in natura também registraram crescimento, com o Paraná ocupando a terceira posição em 2025, exportando 5,57 mil toneladas, representando 18,2% do total nacional. Os principais parceiros comerciais do Paraná incluem os Estados Unidos, com 82,5% do total das exportações.
Legislação e manejo das abelhas sem ferrão
A Lei Estadual 19.152/2017 regulamenta a criação, manejo, comércio e transporte de abelhas sociais nativas, visando atender a finalidades socioculturais, de pesquisa e conservação. A meliponicultura, embora produza menos mel por enxame, apresenta um preço de mercado superior, variando entre R$ 70 a R$ 150 o quilo.
Considerações finais
O 19º Seminário Paranaense de Meliponicultura em Prudentópolis foi um marco importante para a disseminação de conhecimentos e fortalecimento da cultura das abelhas nativas sem ferrão. Com o apoio do Governo e a participação ativa de produtores e especialistas, o futuro da meliponicultura no Paraná parece promissor.