Alessandro Vieira questiona infiltração do crime nas instituições durante CPI
O senador Alessandro Vieira criticou caronas pagas e defendeu um código de conduta para o STF na CPI do Crime Organizado.
Proposta de um código de conduta no STF
Na data de 9 de dezembro de 2025, a CPI do Crime Organizado no Senado debateu a necessidade de um código de conduta para integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros tribunais superiores. O senador Alessandro Vieira, relator da comissão, criticou abertamente as práticas de ministros, incluindo o uso de jatinhos pagos pelo crime organizado, destacando a urgência em estabelecer normas éticas mais rígidas.
Críticas a ministros e à infiltração de crime organizado
Durante sua fala, Vieira questionou a atuação do ministro Dias Toffoli, mencionando especificamente uma viagem feita por Toffoli com um advogado envolvido em um processo que tramita sob sua relatoria. Ele ressaltou que o crime organizado vai além da imagem comum associada a ele e que precisa ser combatido dentro das estruturas de poder. O senador enfatizou que há uma necessidade urgente de se lidar com a infiltração do crime organizado em gabinetes e escritórios em Brasília.
O que diz o presidente do STF sobre a questão
A sugestão de implementar um código de conduta foi inicialmente levantada pelo presidente do STF, Edson Fachin. Vieira recordou que esta proposta já havia incomodado alguns magistrados, e ele destacou que a discussão a respeito do código é crucial. Ele chamou a atenção para o fato de que a corrupção permeia os poderes, mencionando que muitos já foram presos, mas ainda não houve detenções de ministros dos tribunais superiores.
Resposta do ministro da Justiça
Em resposta às indagações de Vieira, o ministro Ricardo Lewandowski reafirmou sua posição de ser veementemente contra qualquer infração ética. Ele lembrou que o Brasil possui um corpo normativo que deve ser aplicado para coibir ações contrárias à ética na magistratura e na advocacia. Lewandowski destacou a importância de a fiscalização ser eficaz, para que as normas estabelecidas sejam de fato respeitadas.
Questões sobre a atuação de advogados
Vieira também falou sobre o relacionamento entre advogados e ministros, sugerindo que a contratação de esposas de ministros como advogadas deveria ser vista com mais critério. Ele insinuou que muitos contratos não justificam os altos valores recebidos, ressaltando uma prática que se naturalizou no Brasil e que precisa ser reavaliada. A referência a Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, levantou questões sobre a transparência das relações entre o poder judiciário e a advocacia.
Conclusão
As discussões na CPI do Crime Organizado revelam a tensão crescente entre membros do Senado e do STF, especialmente em relação à ética e à condução dos processos judiciais. A proposta de um código de conduta poderá ser um passo necessário para a restaurar a confiança nas instituições e combater a corrupção que emaranha o sistema político e judicial brasileiro.


