Eduardo Girão questiona ações de autoridades contra estudos sobre efeitos da proteína spike
Senador Eduardo Girão denuncia perseguição a médicos que estudam a spikeopatia e critica a falta de apoio às pesquisas.
Perseguição e ciência: o discurso de Eduardo Girão
Em um pronunciamento impactante realizado no Plenário do Senado na quarta-feira (26), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) denunciou a suposta perseguição a médicos que participam de pesquisas sobre a chamada spikeopatia, um conceito que se refere a possíveis efeitos adversos associados à proteína spike utilizada nas vacinas contra a covid-19. A declaração surge em meio a uma crescente preocupação sobre a politização da ciência no Brasil.
Girão afirmou que a reação do governo federal, destacada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que anunciou medidas legais contra médicos envolvidos nessas pesquisas, é uma tentativa de intimidar profissionais que buscam entender os efeitos das vacinas. “Que história é essa de querer intimidar?”, questionou o senador, ressaltando que a resposta do governo é inadequada e prejudica o avanço das pesquisas científicas.
A defesa da pesquisa científica
O senador argumentou que, ao invés de perseguir os médicos, o governo deveria fomentar a pesquisa científica sobre os efeitos das vacinas. Ele destacou que a spikeopatia, embora um tema controverso, já está presente na literatura médica internacional e que há milhares de artigos discutindo os impactos da proteína spike na saúde humana. Girão afirmou que mais de 14 mil artigos já foram publicados sobre essa relação, o que enfatiza a relevância do tema.
Girão criticou a rotulação dos médicos Roberto Zeballos, Francisco Cardoso e Paulo Porto de Melo como negacionistas, afirmando que essa classificação é infundada e deslegitima o trabalho dos cientistas. “A ciência deve ser discutida livremente, sem preconceitos”, defendeu.
Questões de saúde e bem-estar
No seu discurso, o senador também mencionou os sintomas associados à spikeopatia, como fadiga, dores articulares e alterações neurológicas, que foram observados em pacientes acompanhados durante os estudos. Ele enfatizou que esses sintomas são sérios e merecem investigação adequada. Girão acredita que a compreensão dos efeitos da proteína spike pode trazer importantes contribuições para a saúde pública.
Anistia e crítica ao STF
Adicionalmente, Girão não deixou de abordar outros temas polêmicos em seu pronunciamento. Ele voltou a defender a anistia para os presos relacionados aos eventos de 8 de janeiro, criticando a condução das investigações pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O senador mencionou o general Augusto Heleno como um símbolo das injustiças que, segundo ele, estão ocorrendo no tratamento desses casos, defendendo que muitos estão sendo punidos sem justificativa adequada.
Em meio a essas declarações, o senador concluiu que o governo Lula deveria reavaliar suas estratégias e buscar uma abordagem mais colaborativa e menos punitiva em relação à pesquisa científica e ao debate público.
O pronunciamento de Girão ressalta a tensão entre ciência e política no Brasil atual, levantando questões importantes sobre liberdade acadêmica e a responsabilidade do governo em apoiar a pesquisa científica em vez de silenciá-la.