Eduardo Girão critica governo e propõe cadastro para vítimas de ações criminosas

Eduardo Girão critica a segurança pública no Ceará e classifica expulsões de famílias como terrorismo.

Denúncia de terrorismo no Ceará

Na segunda-feira (17), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez um pronunciamento alarmante, destacando que o estado do Ceará está passando por um verdadeiro colapso na segurança pública. Segundo Girão, “a cada três dias, uma família é expulsa de sua casa no estado do Ceará” devido à ação de facções criminosas. Ele considera essa situação como um caso de terrorismo, enfatizando a gravidade do problema que afeta a vida de milhares de cidadãos.

Críticas à atuação governamental

Girão não hesitou em criticar a atuação dos governos estadual e federal, afirmando que a população vive sob uma constante ameaça em diversas regiões do Ceará. O senador citou exemplos específicos, mencionando os municípios de Pacatuba e o distrito de Uiraponga, em Morada Nova, onde áreas inteiras foram esvaziadas devido à violência. Ele relatou que há bairros onde os moradores precisam pedir autorização ao crime para realizar mudanças, eventos e até funerais.

— O que se passa no Ceará não é fruto apenas do avanço natural da criminalidade; é resultado direto da negligência prolongada, de políticas de segurança equivocadas e do uso ideológico de instituições públicas — afirmou Girão. Essa situação, segundo ele, transformou a política de segurança estadual em uma ilusão de eficiência, sustentada apenas por propagandas enganosas. Ele ressaltou que a polícia não entra em muitos bairros e que o quadro é de desintegração social.

Intervenção federal e medidas propostas

Como resposta à crise, o senador anunciou que já apresentou um pedido de intervenção federal para a segurança do Ceará. Girão também está preparando um dossiê a ser enviado ao Tribunal Penal Internacional, embasado no Estatuto de Roma. Ele argumenta que as expulsões de famílias e casos de perseguição religiosa, como os ocorridos em Maracanaú, configuram graves violações dos direitos humanos e merecem apuração internacional.

Cadastro Nacional de Pessoas Expulsas

Além disso, Girão está finalizando um projeto de lei que visa criar um Cadastro Nacional de Pessoas Expulsas de Suas Casas por Ação Criminosa. O objetivo desse cadastro é orientar políticas públicas de proteção e assistência para as famílias afetadas, reconhecendo oficialmente essas vítimas. O parlamentar defendeu que essas pessoas precisam de prioridade em programas sociais e habitação.

— O cadastro permitirá ao governo federal reconhecer oficialmente essas vítimas e dar prioridade a elas em políticas de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida, e em programas sociais — afirmou. Ele destacou a importância de políticas permanentes e eficazes, de forma a evitar que essas famílias continuem a viver em situações precárias e improvisadas.

Conclusão

A situação no Ceará, conforme relatada pelo senador, exige uma resposta imediata e eficaz das autoridades. O reconhecimento das vítimas e a implementação de políticas públicas são passos cruciais para restaurar a segurança e a dignidade das famílias afetadas pela criminalidade. Girão reforçou que não se pode permitir que essas famílias permaneçam em condições desumanas, necessitando de uma ação governamental robusta e comprometida.