Girão critica a gestão de Paulo Gonet no Ministério Público Federal em discurso no Senado
Eduardo Girão anuncia voto contrário à recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República, criticando sua gestão no MPF.
Eduardo Girão anuncia voto não à recondução de Gonet à PGR
Em um discurso contundente no Plenário do Senado, nesta terça-feira (11), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) declarou que votará “não” à recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República (PGR). Girão criticou a gestão de Gonet, alegando que esta foi marcada por inércia e falta de ação frente a abusos de autoridade, comprometendo a autonomia do Ministério Público Federal (MPF).
Críticas à atuação de Gonet no MPF
Girão enfatizou que a PGR deve garantir a lei e proteger o cidadão contra arbítrios, ressaltando que, durante o mandato de Gonet, a procuradoria ficou silenciosa diante de inquéritos conduzidos sem a participação efetiva do MPF. “A Constituição é cristalina ao dizer que o Ministério Público é autônomo e independente, mas o que vimos foi uma procuradoria passiva, o que fere o sistema acusatório e a separação dos Poderes”, afirmou.
Exemplos de inércia e comprometimento
O senador mencionou situações que ilustram o enfraquecimento institucional da PGR. Ele citou a falta de posicionamento da procuradoria em relação às denúncias de censura e a prisão de Filipe Martins, ex-assessor do governo Jair Bolsonaro. Além disso, Girão destacou a relação entre Gonet e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com quem foi sócio no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Necessidade de uma PGR atuante
Girão também abordou o caso de denúncias sobre a venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmando que a PGR não demonstrou firmeza ao solicitar prazos adicionais para investigações. “O Brasil precisa de uma PGR que defenda a liberdade e limite abusos, garantindo que nenhum poder ultrapasse as fronteiras constitucionais. Isso não está acontecendo hoje na PGR”, disse.
Compromisso com a independência
O senador concluiu seu discurso afirmando que o Senado tem um dever moral de votar contra a recondução de Gonet, destacando a importância de enviar um sinal claro de independência ao país. “Precisamos corrigir um erro histórico e mostrar que estamos atentos às necessidades da sociedade”, afirmou Girão, reafirmando seu compromisso com a defesa da autonomia do MPF e da justiça no Brasil.
