O senador Marcos do Val (Podemos-ES) tem demonstrado resistência em acatar a decisão judicial que o obriga a utilizar tornozeleira eletrônica. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada contra o parlamentar nesta segunda-feira (4/8). Do Val encontra-se no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), no Distrito Federal, onde o dispositivo deveria ser instalado.
A defesa do senador questiona a decisão, argumentando que não houve descumprimento de medidas cautelares anteriores e que a imposição da tornozeleira “ultrapassa os limites da razoabilidade”. Fontes do Metrópoles confirmam que o senador tem demonstrado forte objeção em cumprir a ordem judicial. A situação gerou tensão no Cime, enquanto se aguarda o desfecho da instalação do equipamento.
Além da tornozeleira, Moraes determinou o bloqueio do salário e da verba de gabinete de Do Val, além de todos os seus bens, ativos, contas bancárias e investimentos. O passaporte diplomático do senador também foi apreendido, evidenciando a severidade das medidas impostas. Adicionalmente, o ministro reiterou a proibição do uso de redes sociais, ampliando as restrições ao parlamentar.
Com a imposição da tornozeleira, Do Val deverá seguir as mesmas medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o recolhimento domiciliar noturno, com permissão para sair de casa apenas entre 6h e 19h, de segunda a sexta-feira. Aos fins de semana e feriados, tanto o senador quanto o ex-presidente deverão permanecer em suas residências.
Do Val ganhou notoriedade após acusar Jair Bolsonaro e Daniel Silveira de sugerirem a gravação de uma reunião com Alexandre de Moraes. O senador mudou sua versão diversas vezes, tornando-se alvo de inquérito e, posteriormente, passando a atacar Moraes após críticas de aliados. Em junho de 2023, foi alvo de operação da PF e teve suas redes sociais suspensas, afastando-se do cargo por 40 dias.