Senadores exigem ações do Banco Central para combater irregularidades financeiras

Agência Senado

Gabriel Galípolo é cobrado por senadores sobre controle de fintechs e empresas de apostas

Senadores cobram ações do Banco Central para controlar irregularidades de fintechs e empresas de apostas.

Senadores cobram ações do Banco Central para controle de irregularidades financeiras

Na audiência realizada nesta terça-feira (25), senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pressionaram o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, a adotar medidas mais efetivas no controle de movimentações financeiras irregulares, especialmente no que diz respeito às fintechs e empresas de apostas. O foco das críticas está na suposta facilitação de atividades do crime organizado por essas plataformas.

Os senadores levantaram preocupações sobre a rápida expansão de certas instituições, como o Banco Master, que apresentaram crescimento anômalo em um curto período. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) destacou que o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi acusado de irregularidades em sua gestão anterior e questionou a legitimidade de um acordo que permitiu o encerramento de um processo administrativo sem as devidas punições.

Galípolo foi enfático ao afirmar que o BC não possui autoridade para interromper investigações criminais e que todas as irregularidades identificadas são encaminhadas aos órgãos competentes para apuração. Ele ressaltou ainda que a legislação vigente não permite brechas que facilitem atividades ilícitas.

Crescimento descontrolado das fintechs

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) expressou sua indignação sobre a falta de fiscalização das fintechs, indicando que mais de 1.200 dessas instituições operam sem supervisão do BC. Segundo ele, as contas bolsões abertas por essas fintechs estão contribuindo para a sonegação fiscal e para atividades criminosas, com um impacto financeiro significativo no país.

Braga mencionou dados alarmantes sobre o envolvimento de facções criminosas no sistema bancário, que, segundo ele, movimentaram R$ 350 bilhões em três anos, resultando em uma sonegação fiscal estimada em R$ 90 bilhões. Ele defendeu que a situação atual é inaceitável e pede uma resposta mais robusta do Banco Central.

Medidas propostas e regulamentação

Ricardo Saadi, presidente do Coaf, mencionou que a regulamentação já está sendo desenvolvida para lidar com as contas bolsões e que o BC e a Polícia Federal estão colaborando para abordar as irregularidades. Galípolo enfatizou que a criação de regulamentações deve ser vista sob uma perspectiva positiva, mas reconheceu que criminosos sempre tentarão encontrar brechas nas leis.

Os senadores também questionaram a liquidação do Banco Master e pediram esclarecimentos sobre as operações atípicas que ocorreram. A senadora Leila Barros (PDT-DF) indicou que há um movimento entre os senadores para abrir uma CPI sobre o caso, o que demonstra a seriedade das preocupações levantadas.

A busca por autonomia e recursos do BC

Galípolo pediu aos senadores apoio para a proposta de emenda à Constituição que visa aumentar a autonomia financeira do BC. Ele argumentou que é essencial que a instituição tenha os recursos necessários para desempenhar suas funções adequadamente, especialmente em um cenário financeiro tão desafiador.

O presidente do BC também comentou sobre a meta de inflação, afirmando que a instituição está comprometida em manter a inflação dentro dos limites estabelecidos, mesmo diante das dificuldades enfrentadas nos últimos meses. Ele reiterou que o foco do BC é seguir as diretrizes legais e cumprir seu papel no sistema financeiro brasileiro.

A audiência evidenciou a necessidade urgente de uma abordagem mais rigorosa e efetiva por parte do Banco Central para lidar com as irregularidades no sistema financeiro, destacando a importância do papel dos senadores na fiscalização e no fortalecimento das instituições financeiras do país.

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