Decisão marca uma derrota significativa para o ex-presidente em sua busca por vantagem política
Senadores republicanos de Indiana rejeitaram proposta de redistritamento que favoreceria o GOP.
A rejeição ao redistritamento proposto por Trump
Na quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, os senadores republicanos de Indiana tomaram uma decisão impactante ao votar contra uma nova proposta de redistritamento que visava proporcionar vantagens ao Partido Republicano nas próximas eleições de 2026. Esta votação, que ficou marcada por protestos e pressão da Casa Branca, representa uma derrota significativa para o ex-presidente Donald Trump, que tentou influenciar o processo através de ataques nas redes sociais e pressão direta sobre os senadores.
A proposta de redistritamento buscava dividir a cidade de Indianápolis em quatro distritos diferentes, com o intuito de diluir a influência dos eleitores democratas. Contudo, a reação de senadores como Travis Holdman, que expressou que a proposta não era bem recebida por seus constituintes, reflete uma crescente resistência ao controle centralizado do partido.
O impacto da retórica de Trump
Trump, em seus esforços para garantir a aprovação do novo mapa, não hesitou em atacar publicamente os senadores que se opuseram à proposta. Ele descreveu o senador Rodric Bray como “um cara ruim, ou muito estúpido”, o que gerou descontentamento entre os membros do partido. Holdman e outros senadores relataram que a linguagem agressiva do ex-presidente teve um impacto direto em suas decisões.
Senadora Jean Leising, que também votou contra o redistritamento, comentou que a postura de Trump foi “nasty”, ou seja, desagradável, e isso influenciou seu voto. O descontentamento com a retórica de Trump não se limitou apenas à política, mas também se estendeu a questões pessoais, como a linguagem depreciativa que ele usou em relação a outros governantes.
Desafios internos e pressão da Casa Branca
Apesar da pressão intensa da administração Trump, com visitas de altos funcionários e telefonemas frequentes, muitos senadores republicanos de Indiana decidiram priorizar a opinião de seus eleitores. A vice-presidente JD Vance e outros membros da Casa Branca tentaram influenciar a situação, mas a resistência local foi forte o suficiente para derrubar a proposta.
Holdman, que foi convidado a se reunir com Trump, decidiu não comparecer, citando conflito de agenda, mas também reconhecendo que a pressão estava “um pouco atrasada”. A senadora Sue Glick, que também votou contra a proposta, expressou que Trump deveria ter focado em apoiar candidatos que realmente representassem sua agenda, em vez de tentar intimidar aqueles que discordavam dele.
A reação do público e os protestos
Na manhã da votação, protestos ocorreram do lado de fora da câmara do Senado, com cidadãos expressando sua oposição ao redistritamento. Os senadores que se opuseram à proposta afirmaram que estavam apenas ouvindo a vontade de seus constituintes, que viam a proposta como uma forma de manipulação política.
Após a votação, a derrota de Trump foi celebrada por muitos manifestantes, que viram isso como um sinal de que a política em Indiana não seria ditada por pressões externas. Mitch Daniels, ex-governador de Indiana, resumiu a situação ao afirmar que os cidadãos do estado não reagem bem a tentativas de intimidação, indicando que a resistência ao redistritamento pode sinalizar uma nova era de independência política no estado.
A votação de quinta-feira não apenas desafiou a influência de Trump, mas também ressaltou a complexidade da política interna em Indiana, onde os líderes republicanos buscaram equilibrar as pressões nacionais com as expectativas locais. Com a aproximação das eleições de 2026, a decisão de Indiana pode ser um indicativo do que está por vir para o Partido Republicano em todo o país.
Fonte: apnews.com
Fonte: Michael Conroy
