Sete países muçulmanos rejeitam tutela externa em Gaza

Cúpula em Istambul demanda autogoverno palestino

Ministros de sete países muçulmanos, em reunião em Istambul, defendem autogoverno palestino e criticam tutela externa.

Nesta segunda-feira (3), em Istambul, sete países muçulmanos se reuniram para discutir o futuro de Gaza e rejeitaram qualquer tipo de tutela externa, defendendo que o povo palestino deve se autogovernar e garantir sua própria segurança. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, fez essa declaração após o encontro com seus homólogos da Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão e Indonésia.

Urgência da reconstrução e segurança

Fidan destacou a necessidade “urgente” de reconstrução e de um retorno seguro dos deslocados, afirmando que não se deve impor “um novo sistema de tutela”. Ele também expressou seu desejo de uma rápida “reconciliação” entre o Hamas e a Autoridade Palestina, ressaltando que isso fortaleceria a representação palestina na comunidade internacional.

Críticas à postura de Israel

Durante o encontro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou a atitude “medíocre” de Israel desde o início do cessar-fogo em 10 de outubro em Gaza. Ele instou à necessidade de aumentar a ajuda humanitária e convocou a Liga Árabe e a OCI para liderar esforços nesse sentido. Antes da reunião, Fidan se encontrou com uma delegação do Hamas liderada por Khalil al-Hayya, indicando a necessidade de uma força internacional para estabilização em Gaza, na qual a Turquia deseja participar.

Desconfianças e tensões

Entretanto, Israel expressou resistência à participação da Turquia nessa força, considerando-a muito próxima ao Hamas. O plano de Donald Trump, que embasou a trégua, prevê que essa força seja composta por tropas de países árabes e muçulmanos, a serem implantadas conforme as forças israelenses se retirarem. O chanceler israelense, Gideon Saar, advertiu que apenas países considerados “imparciais” poderão integrar essa força. Além disso, uma equipe turca de resgate continua aguardando autorização para entrar em Gaza, o que demonstra a desconfiança existente entre os países.

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