Lideranças influentes do Centrão permanecem em silêncio mais de 24 horas após o discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante as manifestações de 7 de Setembro na Avenida Paulista. A postura omissa levanta questionamentos sobre a estratégia do grupo político diante das declarações contundentes do governador.

Durante o evento, Tarcísio elevou o tom de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), direcionando seus comentários, em particular, ao ministro Alexandre de Moraes. Em sua fala, o governador afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania do ministro Moraes”, gerando repercussão no cenário político.

Nomes de peso do Centrão, como Ciro Nogueira (PP), Valdemar Costa Neto (PL) e Antônio Rueda (União Brasil), não se manifestaram publicamente sobre o discurso de Tarcísio desde o domingo. Essa ausência de comentários tem sido interpretada por aliados como uma estratégia deliberada.

De acordo com fontes próximas aos caciques do Centrão, o silêncio seria uma manobra “estratégica”, justificada pelo momento considerado “delicado”. A prioridade, segundo essa visão, seria atuar nos bastidores para facilitar a aprovação da anistia.

Estrategistas ligados ao grupo político acreditam que qualquer manifestação pública sobre o discurso de Tarcísio poderia aumentar o desconforto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em relação à pauta.

Apesar do silêncio público, aliados dos caciques do Centrão afirmam que o diálogo com Tarcísio nos bastidores continua, com o objetivo de colaborar na articulação da anistia. No entanto, ressaltam que o apoio à articulação não implica concordância com as críticas feitas a Moraes.