Investigações revelam desvios milionários e autoridades em silêncio
A Arpar Participações é apontada como uma das empresas envolvidas em um esquema que desviou bilhões de aposentadorias. Silêncio de políticos e empresários marca o caso.
Na investigação sobre o escândalo das aposentadorias, a Arpar Participações e Empreendimentos é apontada pela Polícia Federal como uma das empresas responsáveis por desviar 4 bilhões de reais em aposentadorias entre setembro de 2023 e fevereiro do ano passado. Dentre os 98 milhões recebidos, 49 milhões vieram do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’.
O papel de Paulo Boudens
Um dos pagamentos da Arpar, totalizando 3 milhões de reais, foi destinado ao advogado Paulo Augusto de Araújo Boudens, que atuava como assessor parlamentar no gabinete de Davi Alcolumbre (União-AP) durante os depósitos. O silêncio de Boudens e a falta de posicionamento de Alcolumbre, mesmo após cobranças de senadores, gerou alvoroço na CPMI do INSS, mas nenhum deles apresentou explicações sobre o caso.
A resposta da Arpar e de Rodrigo Moraes
Rodrigo Moraes, proprietário da Arpar, também optou pelo silêncio ao ser contatado. A Advocacia-Geral da União (AGU) bloqueou 23 milhões de reais em contas de empresas ligadas a ele. Por sua vez, Anderson Orlandini, ex-sócio de Moraes, afirmou ter deixado a empresa antes de seu envolvimento com o Careca do INSS, defendendo a índole do empresário e alegando que a Arpar sempre foi uma empresa familiar.
O impacto e as consequências
A situação é emblemática, com uma trama que revela a corrupção dentro das instituições e a dificuldade de responsabilização de figuras públicas. O caso levanta questões sobre a integridade dos processos legislativos e a necessidade de transparência nas ações de governo. A continuidade do silêncio por parte dos envolvidos pode indicar uma tentativa de evitar maiores consequências legais e políticas.