Medidas são necessárias para enfrentar a escassez hídrica
O Sistema Cantareira, que abastece 46% da Grande São Paulo, entra em faixa de restrição a partir de 1º de outubro, com 28,3% da capacidade.
O Sistema Cantareira, responsável por abastecer 46% da população da Grande São Paulo, passará a operar na faixa de restrição a partir desta quarta-feira (1º de outubro), após o volume útil de água cair para 28,3% da capacidade total. A última vez que o sistema atingiu esse nível foi em janeiro de 2022.
Cenário crítico e ações da ANA
Diante do cenário crítico, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) autorizou, de forma temporária e excepcional, a captação suplementar de água do reservatório da usina hidrelétrica Jaguari para o reservatório Atibainha, que integra o sistema. Samuel Barreto, gerente nacional de Água e Sistemas Alimentares da The Nature Conservancy Brasil, explica que a falta de chuva é apenas uma parte do problema, que também inclui fatores estruturais como o desmatamento na Amazônia e os efeitos das mudanças climáticas.
Comparação com anos anteriores
Com 28,3% de capacidade, o Sistema Cantareira apresenta uma comparação preocupante com 2013, quando, nessa mesma data, estava com 40%, ou seja, 12% a mais. O sistema de abastecimento da região metropolitana opera atualmente com 31,5% da capacidade, enquanto em 2013 estava com 51%. Barreto alerta que é cedo para prever se o cenário atual se repetirá como em 2014, quando ocorreu a maior seca.
Medidas de restrição e economia
A faixa de restrição limita a retirada de água pelo sistema; o limite máximo caiu de 33 m³ para 23 m³ por segundo. Barreto ressalta a importância do uso inteligente da água, que deve ser uma prática constante, não apenas em momentos críticos. A redução da pressão da água no período noturno pode afetar moradores de áreas altas e periféricas. Se as chuvas não chegarem, medidas mais severas poderão ser adotadas, incluindo tarifas diferenciadas para incentivar a economia.