Praias são sinônimo de conchas, e muitas vezes, aproximamos uma delas do ouvido para escutar um som que remete ao mar. Longe de ser magia, o fenômeno tem explicação na física.
Contrariando a crença popular, o som percebido não se origina no oceano. Um especialista do Orfield Labs explica que a concha funciona como um amplificador dos ruídos do ambiente.
O que realmente ouvimos, então? Trata-se da ressonância acústica, onde a estrutura curva e oca da concha captura sons ambientais. Ar em movimento, ruídos corporais internos e até o fluxo sanguíneo próximo ao ouvido são captados, refletidos e amplificados. Essa combinação cria um padrão sonoro que se assemelha ao das ondas quebrando na praia.
Qualquer concha serve? Sim, e até mesmo outros objetos ocos, como copos e canecas, podem produzir efeito similar ao serem colocados perto do ouvido. O segredo está na forma e no tamanho da cavidade, pois elas determinam quais frequências sonoras serão amplificadas.
Mesmo em ambientes silenciosos, o corpo humano emite sons: batimentos cardíacos, respiração e ruídos musculares.
A semelhança com o som do mar reside na natureza do ruído branco, caracterizado por um som contínuo e constante que engloba diversas frequências. A concha, ao amplificar ruídos aleatórios, recria um padrão similar ao das ondas, confundindo o cérebro e induzindo à percepção do som marítimo.
Portanto, o som do mar em uma concha é uma ilusão sonora, resultado da física acústica e da interpretação do cérebro. Um fenômeno natural fascinante que demonstra a complexidade da percepção humana.