Após um hiato de 25 anos, São Paulo volta a ser palco de um torneio de elite do tênis feminino com o SP Open, um WTA 250 que será disputado no Parque Villa-Lobos. O evento marca o retorno da modalidade à cidade, que busca agora garantir a longevidade da competição, aprendendo com o histórico de outros torneios que não conseguiram se firmar no país.
O SP Open, liderado pela número 1 do Brasil, Beatriz Haddad Maia, enfrenta o desafio de se estabelecer em um cenário marcado por experiências passadas de curta duração. A capital paulista já sediou eventos deste porte, mas nunca conseguiu manter uma sequência consistente, com intervalos notáveis entre as edições, como os ocorridos nas décadas de 70, 80 e 90.
Ao longo desses 25 anos, outras cidades brasileiras tentaram emplacar torneios femininos, com destaque para o Brasil Open e o Rio Open. O Brasil Open, disputado na Costa do Sauipe, teve apenas duas edições femininas, enquanto o Rio Open enfrentou questões estruturais que inviabilizaram a continuidade da chave feminina. Florianópolis também sediou o Brasil Tennis Cup, mas a alta do dólar e a falta de patrocinadores levaram ao fim da competição.
O WTA de Florianópolis, apesar de sua curta duração, deixou um legado importante, sendo o palco de estreia de grandes nomes do tênis nacional, como Carolina Meligeni e Laura Pigossi. Rafael Westrupp, ex-diretor do torneio, destaca a importância desses eventos para o desenvolvimento das atletas: “Eu não tenho dúvidas de que os grandes torneios internacionais realizados no Brasil fazem toda a diferença na carreira das atletas.”
Para garantir a longevidade do SP Open, a organização aposta em lições aprendidas com o Rio Open, como a conexão com patrocinadores de longo prazo e a valorização das tenistas brasileiras. “Sabemos que brasileiro gosta de ver brasileiro em quadra”, afirma Luiz Carvalho, diretor das duas competições, ressaltando a importância de concentrar convites em atletas nacionais.
A longo prazo, a expectativa recai sobre as jovens promessas Victoria Barros e Nauhany Silva, ambas com 15 anos, consideradas o futuro do tênis feminino brasileiro. A organização do SP Open espera que o torneio sirva como um trampolim para essas jovens atletas, impulsionando o desenvolvimento do tênis feminino no país.