Forte crescimento nas exportações para mercados não americanos impulsiona resultado histórico
O superávit comercial da China superou US$ 1 trilhão pela primeira vez, impulsionado por vendas a mercados não americanos.
O superávit comercial da China bate recorde
O superávit comercial da China atingiu US$ 1 trilhão pela primeira vez, um marco significativo que demonstra a resiliência do gigante asiático em meio às dificuldades impostas pela guerra comercial iniciada durante a administração de Donald Trump. Os dados mais recentes indicam que as fábricas chinesas conseguiram aumentar suas vendas em mercados fora dos Estados Unidos, compensando a queda dramática nas exportações para o país norte-americano. Neste contexto, em novembro, as exportações chinesas cresceram 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, revertendo uma contração de 1,1% em outubro.
Detalhes do crescimento nas exportações
Os números robustos apresentados refletem um aumento nas exportações para a União Europeia e outros mercados. O economista-chefe da ING para a Grande China, Lynn Song, apontou que as exportações para os Estados Unidos caíram 28,6% em relação ao ano passado, representando um dos piores resultados em três meses. Contudo, as vendas para mercados europeus mostraram um crescimento considerável, equilibrando a balança comercial. A expansão das exportações abrangeu produtos como navios, semicondutores e automóveis, que registraram aumentos significativos em suas vendas.
Efeitos da guerra comercial nas importações
A guerra comercial entre os EUA e a China teve um claro impacto nas relações comerciais entre os dois países. Não obstante, a China está explorando novos mercados e ampliando suas importações de produtos, como os grãos. As importações de soja estão em ascensão, com compradores chineses aumentando as aquisições de produtores americanos e da América Latina, em um fenômeno que poderia sinalizar um potencial retorno à normalidade nas relações comerciais.
Desafios à vista e ações da Europa
O aumento das exportações para a Europa suscitou preocupações sobre a possibilidade de a China estar despejando produtos em mercados europeus para evitar tarifas impostas pelos EUA. O presidente francês Emmanuel Macron alertou que, se a China não tomar medidas para reduzir seu superávit comercial com a União Europeia, poderá enfrentar tarifas respondentes. Este alerta enfatiza a tensão crescente nas relações comerciais globais, onde os efeitos da política comercial americana reverberam em outras regiões.
Impacto nas relações com a Rússia
Os dados também indicam uma queda contínua nas exportações da China para a Rússia, que caíram pela oitava vez consecutiva em novembro, mostrando uma redução de 5,1% em comparação ao ano anterior. Enquanto isso, as importações da Rússia para a China mostraram um crescimento modesto, destacando um possível deslocamento nos padrões comerciais entre os dois países. Essa dinâmica pode afetar a estratégia econômica da China, que ainda busca diversificar suas fontes de comércio e reduzir a dependência de mercados específicos.
Conclusão
As atuais estatísticas sobre o superávit comercial da China revelam tanto os desafios que o país enfrenta devido às tensões comerciais com os EUA quanto as oportunidades que surgem em mercados emergentes. À medida que o gigante asiático navega por esse cenário complexo, as reações das potências ocidentais, especialmente a Europa, serão cruciais para definir o futuro das relações comerciais globais.
Fonte: www.theguardian.com


