Entenda como a nova taxa pode afetar a presença do Brasil em premiações internacionais
A tarifa de 100% proposta por Trump aos filmes estrangeiros pode dificultar a participação de longas brasileiros em premiações.
Na segunda-feira, 29, Donald Trump anunciou que todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos serão taxados em 100%. A medida, que ainda carece de detalhes sobre sua implementação, já gera preocupações na indústria cinematográfica brasileira quanto a possíveis repercussões em premiações como o Oscar e o Globo de Ouro.
Consequências da tarifa sobre o cinema brasileiro
Emiliano Zapata, diretor de inovação e políticas audiovisuais da Spcine, explica que a nova tarifa pode ser aplicada no sistema de distribuição, o que encareceria a entrada de filmes brasileiros no mercado americano. “Se essa dificuldade dobra, isso pode se tornar um risco que não vale a pena correr”, alerta o executivo, ressaltando que a competição por prêmios se tornaria ainda mais desafiadora para longas internacionais.
A indústria cinematográfica e a diversidade geográfica
O cinema global tem avançado, com longas como “Parasita” conquistando estatuetas no Oscar. O brasileiro “Ainda Estou Aqui” foi premiado como melhor filme internacional no ano passado. Porém, a nova taxa pode reverter os avanços conquistados, com Hollywood perdendo seu monopólio e o número de produções americanas em queda de 40% entre 2022 e 2024, segundo a ProdProxxx. A busca por locações fora dos EUA, como na Irlanda e Nova Zelândia, tem se intensificado.
O futuro do cinema internacional
Ainda não está claro como a tarifa será implementada e qual será sua abrangência. Zapata menciona que a medida pode se concentrar em longas americanos gravados fora do país, o que poderia amenizar os impactos para a indústria brasileira. No entanto, a possibilidade de um “grande tabuleiro geopolítico de leis e regras” pode trazer incertezas. O cenário requer atenção, já que filmes como “O Agente Secreto” podem ser afetados em suas campanhas de premiação.
A ação de Trump reflete um sentimento crescente na indústria americana sobre a necessidade de proteger sua produção, mas também coloca em risco a diversidade e a competitividade de filmes internacionais no mercado.