O governo brasileiro, diante da iminente sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos, intensificou as negociações com diversos setores. Um comitê interministerial realizou 29 reuniões com o setor produtivo para mitigar os impactos da medida, que entra em vigor nesta quarta-feira (6).

Entre os participantes das reuniões, destacaram-se representantes de gigantes da tecnologia como Meta, Amazon, Apple e Google. Três dos encontros contaram com a presença de empresas americanas, além de William Kimmitt, da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos, demonstrando a complexidade das negociações.

No total, as reuniões envolveram mais de 160 representantes do setor público, 220 do setor privado e 120 entidades privadas, incluindo empresas, associações e federações. A amplitude do diálogo reflete a preocupação do governo em construir uma resposta eficaz e abrangente ao tarifaço.

Apesar dos esforços concentrados, a equipe econômica ainda aguarda a aprovação do presidente Lula sobre o plano de contingência. “Entre as medidas estudadas, estão um programa de proteção ao trabalhador e estímulo a empresas de setores afetados pelo tarifaço”, informou o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

O vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou que o Brasil está preparado para recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) caso as negociações não avancem. Paralelamente, exploram-se oportunidades de cooperação, como um plano de ação conjunta para a exploração de minerais críticos, visando fortalecer a relação bilateral em outras áreas estratégicas.