O uso das cartas de tarô por civis em busca de respostas durante o conflito
Durante o conflito entre Rússia e Ucrânia, muitos têm buscado respostas nas cartas de tarô, refletindo um aumento de consultas e crenças esotéricas.
Em 31 de outubro de 2025, a busca por respostas durante o conflito entre Rússia e Ucrânia levou civis a recorrerem às cartas de tarô. Em Moscou e Kiev, leitores de tarô notaram um aumento significativo nas consultas, relacionadas a temas como segurança de familiares e o futuro das cidades sob constante ameaça de bombardeios.
O crescimento do interesse por práticas esotéricas
Uma pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS) revela que cerca de 43% dos ucranianos acreditam em práticas esotéricas, incluindo tarô, mediunidade e videntes. A adesão é maior entre mulheres, com 49%, em comparação com 36% entre os homens. Para muitos, as cartas oferecem uma forma de autorreflexão em tempos incertos. Historicamente, o ocultismo na região tem raízes profundas, e, apesar de ter sido marginalizado na antiga União Soviética, o interesse ressurgiu, especialmente nas redes sociais, impulsionado pela crise atual.
O papel dos tarólogos
Na Rússia, desde 2022, o fenômeno é semelhante. Leitores de tarô como Anton Suvorkin e Anzhelika Akulenko tornaram-se figuras proeminentes nas redes sociais, analisando as consequências da guerra e as perspectivas futuras do país. As vendas de cartas de tarô na Rússia aumentaram sete vezes nos últimos quatro anos, alcançando 2 bilhões de rublos em 2024, o que equivale a aproximadamente US$ 20 milhões, segundo a Forbes. No entanto, muitos tarólogos experientes mantêm limites éticos e se recusam a prever mobilização militar ou estratégias de combate.
Narrativas políticas e pessoais
As leituras de tarô também refletem narrativas políticas. Tarólogos russos costumam interpretar as cartas de maneira a reforçar a ideia de que a Ucrânia não vencerá o conflito, enquanto ucranianos veem o tarô como uma forma de enfrentar a incerteza. Uma taróloga ucraniana, identificada como Fania, afirmou: “As cartas nos ajudam a lidar com o medo e a incerteza. Elas não dizem a data exata de um ataque ou o fim da guerra, mas indicam caminhos e possibilidades, ajudando as pessoas a se prepararem emocionalmente.”
Impacto psicológico da guerra
O aumento das consultas reflete o impacto psicológico da guerra prolongada. Muitos cidadãos buscam no tarô uma forma de enfrentar a insegurança diária, o desaparecimento de familiares e o risco constante de bombardeios. Assim, as cartas de tarô se tornaram uma ferramenta não apenas de previsão, mas também de suporte emocional em tempos de crise.