Movimentações nas taxas de juros refletem dados econômicos e incertezas fiscais
As taxas dos DIs de curto prazo tiveram quedas leves, enquanto taxas longas avançaram com o IBC-Br abaixo do esperado.
As taxas dos DIs de curto prazo encerraram a quinta-feira com leves quedas, na esteira do resultado abaixo do esperado do indicador de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) para agosto, enquanto as taxas longas avançaram em meio a preocupações persistentes com a política fiscal brasileira. Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 14,02%, em baixa de 1 ponto-base.
Movimentações das taxas
Entre os vencimentos longos, o contrato para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,725%, em alta de 4 pontos-base. O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, destacou que o movimento de queda na ponta curta, embora pequeno, foi influenciado por fatores internos e externos. O IBC-Br subiu 0,4% em agosto, menos que os 0,6% projetados por economistas.
Impactos da política fiscal
Além disso, a queda dos rendimentos dos Treasuries também favoreceu o viés negativo na ponta curta da curva brasileira. Os vértices longos, no entanto, continuam a ser impactados pela tensão na área fiscal, especialmente após o arquivamento da MP 1303. O governo busca alternativas para cobrir rombos nos Orçamentos de 2025 e 2026.
Expectativas do mercado
Com isso, a curva brasileira precificava em 99% a probabilidade de manutenção da taxa Selic em 15% na próxima reunião do Copom, em novembro. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores e deseja que essa restrição permaneça.
Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos caía 7 pontos-base, a 3,971%.