Telescópio James Webb revela crosta de 20 metros no cometa 3I/Atlas

Descoberta sobre o cometa interestelar 3I/Atlas e sua crosta irradiada

Telescópio James Webb detectou crosta de 20 metros no cometa 3I/Atlas devido a exposição cósmica.

Telescópio James Webb e a descoberta no cometa 3I/Atlas

O Telescópio Espacial James Webb detectou uma crosta irradiada de 15 a 20 metros de espessura na superfície do cometa interestelar 3I/Atlas. Essa camada resulta de bilhões de anos de exposição a raios cósmicos galácticos durante sua viagem pela Via Láctea. A observação ocorreu em agosto de 2025, quando o cometa estava a 4,45 bilhões de quilômetros da Terra.

O cometa 3I/Atlas, terceiro objeto interestelar confirmado, foi descoberto em julho de 2025 pelo sistema ATLAS no Chile. Ele segue órbita hiperbólica, indicando origem fora do Sistema Solar. A análise espectroscópica do instrumento NIRSpec do Webb identificou alta concentração de dióxido de carbono na coma. Pesquisadores do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial lideram o estudo.

Transformações químicas sob radiação cósmica

Os dados mostram que raios cósmicos converteram monóxido de carbono em dióxido de carbono na superfície. Essa transformação ocorreu sem a proteção da heliosfera solar, permitindo que a crosta dominasse a superfície. No entanto, camadas internas preservam materiais primitivos, oferecendo uma janela para as condições que existiam em sua origem.

O periélio do cometa aconteceu em 29 de outubro de 2025, a 1,36 unidade astronômica do Sol. A coma do 3I/Atlas exibe uma proporção de CO2 para H2O de 7,6, a mais alta registrada em cometas, resultado da sublimação da crosta irradiada pelo aquecimento solar.

Simulações baseadas na missão Rosetta ao cometa 67P indicam que um bilhão de anos de radiação formam tal camada. O processo químico remodela os gelos superficiais sem afetar o núcleo do cometa.

Velocidade e características do cometa 3I/Atlas

O 3I/Atlas viaja a mais de 210 mil quilômetros por hora, e sua cor avermelhada, similar a asteroides D-type, resulta de compostos orgânicos irradiados. Observações do Hubble em julho de 2025 estimam o núcleo entre 0,32 e 5,6 km de diâmetro, provavelmente menor que 1 km. Jatos de gás foram detectados a distâncias frias, e a ausência de heliosfera permitiu um bombardeio intenso por partículas de alta energia, diferenciando-o de objetos solares.

Raios cósmicos galácticos, partículas de alta energia, atingiram os gelos do 3I/Atlas por bilhões de anos. Experimentos laboratoriais simulam esses efeitos em gelo de água e monóxido de carbono, revelando que a conversão química eleva o CO2 na superfície e que a crosta de 15 a 20 metros mascara a origem estelar natal do cometa.

Observações e descobertas adicionais

A descoberta altera o estudo de visitantes como 2I/Borisov, pois superfícies irradiadas podem ocultar a química original, exigindo análises mais profundas. O Webb e SPHEREx observaram o cometa em agosto de 2025, e dados preliminares indicam gelo de água e sulfeto de carbonila no núcleo. A aproximação máxima à Terra ocorre em dezembro de 2025, e observações contínuas refinam modelos de evolução química.

A tonalidade azul da coma resulta de moléculas de carbono aquecidas, reforçando a distinção entre cometas interestelares e solares. O instrumento NIRSpec do Webb capturou espectros em infravermelho próximo, revelando linhas de CO2 e traços de CO e H2O. MIRI complementou com imagens térmicas, confirmando a espessura da crosta e indicando que a radiação processou material por pelo menos um bilhão de anos.

Conclusão e implicações futuras

A análise do cometa 3I/Atlas representa um marco no entendimento dos cometas que visitam nosso Sistema Solar. A pesquisa em andamento promete trazer novas informações sobre a composição e a história dos cometas, influenciando a maneira como entendemos esses objetos fascinantes e suas interações com a radiação cósmica.

Fonte: www.mixvale.com.br

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