Investidores se mantêm cautelosos diante de impasse fiscal e revisão orçamentária
Os juros reais do Tesouro IPCA+ estão próximos das máximas de 2025, refletindo cautela dos investidores.
Os juros reais dos títulos públicos brasileiros continuam próximos das máximas de 2025, mesmo com a melhora do humor nos mercados globais nesta quarta-feira (15). A taxa do Tesouro IPCA+ 2029 operava em 8,06% ao ano no fim da manhã, um pouco abaixo do recorde anual de 8,09% atingido na véspera.
Cenário fiscal e expectativas do mercado
O movimento reflete a cautela dos investidores com a situação fiscal doméstica, após o impasse no Orçamento de 2026 e o vazio de arrecadação deixado pela queda da medida provisória 1.303, que buscava elevar receitas via tributação de aplicações financeiras. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), confirmou que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi adiada para a próxima terça-feira (21). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com Randolfe e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) para discutir alternativas à arrecadação perdida.
Reação dos mercados
Mesmo com o alívio na aversão ao risco global, impulsionado por declarações mais brandas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e pela alta das bolsas americanas, investidores locais continuam exigindo mais prêmio para carregar títulos indexados à inflação. O Ibovespa subia 0,65%, a 142.604 pontos, embalado pelo cenário externo, mas o mercado de renda fixa mantém o foco no quadro fiscal.
Taxas do Tesouro Direto
Confira as taxas do Tesouro Direto nesta quarta-feira (15), às 11h55:
- Tesouro IPCA+ 2029: 8,06% ao ano
- Tesouro Prefixado 2025: [dados não disponíveis]
- Tesouro Selic: [dados não disponíveis]
Conclusão
Os investidores permanecem atentos às possibilidades de redução de juros no país e no exterior, além de acompanhar de perto os próximos passos da política fiscal.