Uma inovação científica promissora surge no combate à tuberculose (TB), doença que ainda ceifa mais de um milhão de vidas anualmente. Pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, desenvolveram o Shine-TB, um teste rápido e portátil capaz de detectar o *Mycobacterium tuberculosis* diretamente em amostras de escarro. A ferramenta apresenta resultados promissores para o diagnóstico da doença.

Os resultados iniciais do Shine-TB revelaram uma precisão de 100% nos ensaios clínicos. Os achados foram publicados na revista científica Science Advances, comprovando o potencial revolucionário do teste. A precisão nos primeiros testes clínicos anima a comunidade científica.

De acordo com os autores do estudo, a acessibilidade e simplicidade no diagnóstico da tuberculose são cruciais, especialmente em áreas com recursos limitados. “O Shine-TB simplifica o diagnóstico da doença, da amostra à resposta, combinando amplificação e detecção”, afirmam os pesquisadores, ressaltando a importância da inovação.

Atualmente, o diagnóstico da tuberculose enfrenta desafios significativos em relação à rapidez, precisão e acessibilidade. Métodos existentes podem falhar em entregar esses três quesitos. A baciloscopia de escarro, por exemplo, é rápida, mas carece de precisão, enquanto os testes de PCR demandam equipamentos especializados e recursos que nem sempre estão disponíveis.

O Shine-TB utiliza a tecnologia de edição genética CRISPR para identificar sequências genéticas específicas da bactéria da tuberculose. Combinada com a amplificação da polimerase recombinase, a técnica otimiza a detecção do patógeno. O processo completo é realizado em um único tubo, a uma temperatura de 37 °C.

Para validar a eficácia do teste, os cientistas analisaram amostras de escarro de pacientes sintomáticos e amostras negativas, obtendo 100% de sensibilidade e especificidade em comparação com o exame de cultura bacteriana. A precisão do Shine-TB representa um avanço significativo no diagnóstico da tuberculose.

Além da precisão, o Shine-TB apresenta outras vantagens importantes. Seus reagentes podem ser liofilizados, facilitando o transporte e armazenamento sem refrigeração. “Isto abre caminho para a aplicação do teste em regiões remotas e com poucos recursos”, destacam os pesquisadores, ressaltando o potencial de impacto global da inovação. O desempenho do método também atende aos rigorosos padrões da Organização Mundial da Saúde.