The Economist: Julgamento de Bolsonaro é ‘Lição de Democracia’ para os EUA em Meio à Polarização

A influente revista britânica The Economist elegeu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como tema de capa, destacando-o como uma “lição de democracia para os Estados Unidos”. A reportagem explora as acusações de que Bolsonaro liderou uma conspiração para contestar a vitória de Lula nas eleições de 2022, em um momento de crescente polarização global. A publicação questiona a postura recente dos EUA, que parecem, segundo a revista, se tornarem mais corruptos, protecionistas e autoritários.

O artigo da The Economist argumenta que o julgamento de Bolsonaro representa um “caso de teste” para a recuperação de países após o que chama de “febre populista”. A revista não poupa críticas aos EUA e a outras nações que enfrentam profundas divisões políticas, sugerindo que o Brasil oferece um exemplo a ser seguido na defesa das instituições democráticas. A reportagem ainda destaca uma imagem de Bolsonaro na capa, caracterizado de forma a remeter à invasão do Capitólio nos Estados Unidos.

Além disso, a revista aborda as tentativas de Donald Trump de influenciar o processo judicial no Brasil. “Isso nos remete a uma era sombria e passada, em que os Estados Unidos, habitualmente, desestabilizavam os países latino-americanos. Felizmente, a interferência do Sr. Trump provavelmente sairá pela culatra”, afirma o texto. A publicação implica que Trump teria pressionado o Brasil por meio de tarifas e da aplicação da Lei Magnitsky, o que seria uma interferência indevida.

A reportagem ganha relevância às vésperas da conclusão do julgamento de Bolsonaro, agendado para 2 de setembro. O caso ocorre em meio a tensões entre o Brasil e o governo dos EUA, com críticas e sanções de autoridades americanas contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao julgamento. A expectativa é alta sobre o desfecho do processo e suas implicações para o futuro político do Brasil.

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