Tropas dos EUA tentam restringir acesso a praia no México?

Reuters]

Ações militares dos EUA provocam tensões entre Washington e Cidade do México

Tropas dos EUA tentam restringir uma praia no México, gerando tensões diplomáticas.

Na última semana, tropas dos EUA foram vistas em uma praia no nordeste do México, onde instalaram sinais que declaravam a área como “restrita” pelo Departamento de Defesa dos EUA. A ação ocorre em meio a uma intensificação das tensões entre os governos de Donald Trump e Claudia Sheinbaum, com ambos os lados trocando ameaças sobre o combate ao tráfico de drogas.

A praia em questão, possivelmente identificada como Playa Bagdad, foi palco de um incidente que chamou a atenção da mídia e gerou discussões sobre a atuação militar dos EUA em território mexicano. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra supostos fuzileiros navais mexicanos removendo os sinais, que alertavam sobre a proibição de entrada e a possibilidade de detenção. O local exato da instalação dos sinais, no entanto, não foi confirmado por fontes oficiais.

A resposta do governo mexicano

Após a instalação dos sinais, o Ministério das Relações Exteriores do México emitiu uma declaração informando que a Marinha do país retirou as placas por estarem em território mexicano. Durante uma coletiva de imprensa, a presidente Claudia Sheinbaum enfatizou que a Comissão Internacional da Fronteira e da Água (IBWC) seria chamada para resolver a disputa sobre a demarcação da fronteira, que pode ser afetada por mudanças no curso do Rio Grande.

Sheinbaum destacou a importância de respeitar a soberania mexicana e rejeitou qualquer sugestão de intervenção militar dos EUA. Ela afirmou que o país não aceita a presença de forças estrangeiras em seu território e que as conversas devem se limitar à colaboração e troca de informações entre as autoridades.

O contexto das tensões entre os EUA e o México

A ação dos EUA na praia se insere em um contexto mais amplo de ações militares na região. Nos últimos meses, o governo Trump tem intensificado suas operações contra cartéis de drogas, com a possibilidade de ataques aéreos no México, conforme declarado pelo próprio presidente. Trump afirmou que está “disposto a fazer o que for necessário” para combater o tráfico de drogas, indicando um aumento da pressão sobre o governo mexicano.

As tensões se intensificaram ainda mais após a assinatura de uma ordem executiva que estabelece áreas de defesa nacional ao longo da fronteira sul dos EUA. Essas áreas são designadas para aumentar a eficácia das operações militares e prevenir atividades ilegais, como tráfico de drogas e imigração clandestina.

Implicações para a segurança regional

A instalação dos sinais e a resposta mexicana refletem a complexidade das relações entre os dois países. O IBWC, que tem enfrentado disputas de fronteira no passado, pode desempenhar um papel crucial na resolução deste incidente. Enquanto isso, as operações militares dos EUA na região continuam a levantar preocupações sobre a soberania e a segurança do México, que vê a intervenção militar como uma ameaça a sua integridade territorial.

A situação é um lembrete de que as questões fronteiriças e de segurança na América do Norte permanecem delicadas e exigem um diálogo cuidadoso entre os governos. O desfecho desta questão poderá influenciar significativamente a dinâmica das relações EUA-México, especialmente à luz da crescente militarização da fronteira.

Fonte: www.aljazeera.com

Fonte: Reuters]

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