Nova diretriz classifica moderadores como responsáveis por censura e busca restringir sua entrada nos EUA
A administração Trump institui novas restrições de visto para profissionais de moderação de conteúdo.
Nova diretriz da administração Trump sobre vistos
A administração Trump instituiu uma nova política que busca negar vistos a pessoas envolvidas em atividades classificadas como censura, especificamente moderadores de conteúdo e fact-checkers. Esta ação foi formalizada em um memorando enviado pelo Departamento de Estado a várias missões diplomáticas no exterior. O documento orienta os funcionários consulares a negarem vistos a qualquer candidato que tenha um histórico de trabalho em censura ou tentativa de censura a expressões protegidas nos Estados Unidos.
Foco em vistos H-1B e áreas de tecnologia
Inicialmente, a nova diretriz concentra-se nos solicitantes de vistos H-1B, cuja categoria é frequentemente utilizada por trabalhadores altamente qualificados em setores como tecnologia. No entanto, a orientação se estende a todas as categorias de vistos. Essa medida é parte de uma série de ações tomadas pelo governo Trump para restringir a imigração legal para os Estados Unidos, reforçando promessas anteriores feitas por Marco Rubio, secretário de Estado, sobre barrar a entrada de indivíduos que supostamente comprometem a liberdade de expressão dos americanos.
Critérios de avaliação rigorosos
Conforme informações divulgadas, os oficiais consulares são instruídos a realizar uma análise detalhada do histórico de trabalho dos candidatos, que envolve a investigação de perfis em redes sociais como LinkedIn, além de verificar menções em artigos da mídia relacionadas a atividades de combate à desinformação e moderação de conteúdo. Caso haja qualquer indício de que o candidato participou de atividades consideradas como censura, o oficial deve considerar a possibilidade de declarar o solicitante inelegível para o visto.
Reações e implicações da nova política
Especialistas expressaram preocupação com essa abordagem, citando que a confusão entre a moderação de conteúdo e a censura pode ter efeitos colaterais prejudiciais. Alice Goguen Hunsberger, vice-presidente de confiança e segurança na PartnerHero, destacou que o trabalho de moderação é fundamental para garantir a segurança dos usuários online, especialmente em relação a fraudes e proteção de crianças.
A defesa da liberdade de expressão
O Departamento de Estado, em resposta a perguntas sobre a nova política, reafirmou seu compromisso com a defesa da liberdade de expressão dos americanos. Um porta-voz afirmou que a administração não apoia a entrada de estrangeiros no país cujo trabalho possa ser visto como censura aos direitos dos cidadãos americanos. O presidente Trump foi um crítico frequente das plataformas de mídia social, principalmente após ter suas contas suspensas, e sua administração busca garantir que tal situação não se repita com outros americanos.
Essa nova diretriz pode gerar um impacto significativo no setor tecnológico, especialmente para solicitantes de visto provenientes de países com maior número de profissionais nessa área, como a Índia. Analisando o cenário atual, a expectativa é que o número de candidatos ao visto H-1B possa diminuir, levando a um possível êxodo de talentos para outras nações com políticas mais favoráveis à imigração. O debate sobre imigração e liberdade de expressão nos EUA continua em alta, refletindo um panorama político tenso e polarizado.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Dado Ruvić/Reuters


