Especialistas discutem os fundamentos constitucionais por trás da clemência presidencial e o uso de autopen
Debate sobre a validade dos perdões de Biden gerados por autopen levanta questões constitucionais.
Entendendo a controvérsia sobre os perdões de Biden assinados por autopen
O debate político recente em torno dos perdões do presidente Joe Biden, que foram assinados utilizando um autopen, levantou sérias questões acerca dos fundamentos constitucionais que cercam a clemência presidencial. O ex-presidente Donald Trump alegou que tais pardões são “NULOS, VAZIOS E SEM FORÇA OU EFICÁCIA… porque foram feitos por Autopen”. Essa afirmação gerou discussões sobre a validade constitucional desse tipo de assinatura.
A complexidade da clemência presidencial
A controvérsia sobre os perdões autopen não é apenas uma questão técnica; ela representa um teste da durabilidade das competências constitucionais que historicamente foram consideradas definitivas. Especialistas em direito consultados por diversos canais de comunicação destacam que o poder de clemência presidencial é amplo e, na maioria das vezes, imune a reveses. A forma da assinatura não é um fator determinante para a validade desses atos, conforme evidenciado por Rachel E. Barkow, especialista em direito penal e clemência.
Barkow afirma que não há precedentes para que um presidente anule os perdões de um antecessor. “A Constituição não prevê nenhum mecanismo para tal reversão retroativa,” afirma. Além disso, ela ressalta que não existe uma exigência de que os perdões sejam emitidos de uma forma específica, o que inclui o uso do autopen.
As implicações do uso do autopen
O autopen é um dispositivo mecânico que replica a assinatura do presidente, utilizado para assinar documentos oficiais. Apesar de seu uso ser autorizado, ele não pode substituir a decisão propriamente dita do presidente. As tentativas de Trump de invalidar os perdões baseando-se na alegação de que Biden não teria conhecimento deles levantam questões sobre o entendimento do que é a autorização presidencial.
Paul J. Larkin Jr., um pesquisador sênior da Heritage Foundation, ressalta que a Constituição confere ao presidente uma autoridade ampla nesse campo. Para ele, a clemência serve para corrigir injustiças e não há diretrizes constitucionais sobre quando um presidente deve exercer essa autoridade. Isso reforça a ideia de que a validade dos pardões depende do julgamento e autorização do presidente, e não da mecânica da assinatura.
A crítica ao uso de assinaturas proxy
Contrapondo-se a essa visão, Terry Turnipseed, professor de direito, argumenta que assinar um documento fora da presença do presidente é inconstitucional. Ele começou sua análise com o primeiro uso do autopen na assinatura de uma lei, que trouxe críticas de membros da Câmara dos Representantes. Turnipseed propõe que essa prática levanta questões profundas sobre a separação de poderes, mas sua crítica se aplica mais a leis do que a atos de clemência que envolvem outras cláusulas constitucionais.
A validade jurídica dos perdões de Biden
A Comissão da Câmara sobre Supervisão enfatiza que não há precedentes legais que invalidem os perdões emitidos por autopen, contanto que a intenção autoral do presidente esteja clara. O consenso entre os juristas é que desafios em relação a esses pardões são mais retóricos do que substantivos. Embora as investigações políticas possam continuar, elas não têm poder para alterar a validade dos pardões emitidos, que permanecem firmes sob a doutrina histórica da clemência.
Considerações finais
A discussão em torno do uso do autopen para a clemência presidencial destaca a resistência às tentativas de contestar essas decisões sob o prisma legal, reafirmando que a intenção do presidente é o que realmente define a validade da clemência, não a caneta utilizada. As tentativas de anular os perdões de Biden por futuros administradores provavelmente se restringirão ao campo político, sem consequências jurídicas efetivas.
Fonte: www.newsweek.com
Fonte: Heritage Foundation


