Trump anuncia retomada de testes nucleares surpreendendo assessores

President Donald Trump, Air Force One, Coreia do Sul, 30 de outubro de 2025

Decisão ocorre em meio a cúpula com Xi Jinping na Coreia do Sul

Trump surpreendeu assessores ao anunciar a retomada de testes nucleares após 33 anos, citando capacidades de outros países.

No dia 30 de outubro de 2025, enquanto se preparava para uma cúpula com o líder chinês Xi Jinping na Coreia do Sul, o presidente Donald Trump surpreendeu seus assessores ao anunciar a retomada dos testes nucleares nos Estados Unidos, após uma pausa de 33 anos. “Esse processo começará imediatamente”, escreveu Trump em suas redes sociais, citando as capacidades nucleares de outras nações, como a China.

A decisão pegou muitos de seus assessores de surpresa, levando a questionamentos sobre como e quando os testes ocorreriam. Tradicionalmente, o Departamento de Energia é responsável pela manutenção e testes do arsenal nuclear dos EUA, e não o Departamento de Defesa. Especialistas afirmam que testes precisos podem ser realizados por simulação computacional, sem a necessidade de explosões reais.

Horas após o anúncio, não havia sinais de que o Pentágono estivesse se movendo rapidamente para realizar um teste nuclear. Em uma audiência no Capitólio, o oficial militar sênior indicado para supervisionar o arsenal nuclear americano afirmou que não estava “interpretando nada” sobre a postagem de Trump, indicando que as instruções não haviam sido amplamente discutidas previamente.

O anúncio inesperado destaca a abordagem volátil de Trump nas relações exteriores, que se intensificou nove meses após o início de seu segundo mandato. Mesmo prestes a se reunir para discutir a estabilidade da relação bilateral mais importante do mundo, Trump mostrou disposição para mudar de direção abruptamente.

A mensagem gerou pouca clareza entre os oficiais da administração quando questionados sobre o assunto. O vice-presidente JD Vance declarou que “o arsenal é grande” e que, às vezes, é necessário testar para garantir que as armas estejam funcionando corretamente. No entanto, após o anúncio, Trump limitou-se a dizer que os locais de teste seriam definidos mais tarde e que sua mensagem não se referia à China, apesar da menção explícita do país.

Analistas destacam que a sugestão de que os EUA possam retomar os testes nucleares pode dar luz verde à China para realizar novos testes, o que poderia beneficiá-los mais do que aos EUA. Além disso, um teste nuclear pode desviar a atenção da estratégia de modernização nuclear já em andamento e complicar as relações com Moscou e Pequim, que não conduziram testes nucleares há décadas.

O cenário atual se torna ainda mais complexo, pois a administração Trump permanece em um espaço delicado, onde a retórica agressiva pode ter repercussões significativas nas dinâmicas de poder globais.

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