Reuniões em Genebra revelam tensões entre EUA e aliados europeus sobre proposta polêmica
Trump criticou a Ucrânia por falta de gratidão em relação ao esforço dos EUA para a paz, durante negociações em Genebra.
Trump critica a Ucrânia em meio a negociações internacionais
No último domingo, Donald Trump, presidente dos EUA, afirmou que a Ucrânia demonstrou ‘zero gratidão’ pelos esforços americanos para mediar um acordo de paz no conflito com a Rússia. A declaração veio durante uma série de reuniões em Genebra, onde delegados de diferentes países se reuniram para discutir um plano que propõe concessões significativas da Ucrânia, incluindo a entrega de território à Rússia.
Origem polêmica do plano de paz
A polêmica começou quando o presidente da Polônia, Donald Tusk, questionou a origem do plano apresentado. Ele destacou que o texto foi supostamente redigido por representantes russos e, embora o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tenha afirmado que a proposta tinha ‘contribuições’ de vários lados, muitos senadores americanos expressaram suas preocupações sobre a autenticidade do documento. Acredita-se que o plano foi elaborado por Kirill Dmitriev, enviado de Vladimir Putin, em colaboração com Steve Witkoff, representante de Trump.
Reações europeias e resistência ao plano
Os líderes europeus também expressaram descontentamento com as exigências contidas no plano, afirmando que a alteração das fronteiras da Ucrânia não pode ocorrer por meio da força. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, fez declarações claras sobre a inaceitabilidade de algumas das condições, que incluem limitar as forças armadas da Ucrânia e impedir a adesão do país à OTAN. A resistência dos europeus reflete uma preocupação mais ampla sobre a segurança na região e a manutenção da soberania ucraniana.
O papel dos EUA nas negociações
Donald Trump, ao se afastar de sua exigência inicial de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, assinasse o plano até quinta-feira, indicou que estava aberto a revisões e ajustes. Em sua postagem nas redes sociais, Trump não hesitou em atribuir a responsabilidade pela guerra ao seu antecessor, Joe Biden, enquanto afirmava que os líderes ucranianos não reconheceram os esforços dos EUA. Essa retórica coloca em evidência as tensões intra-partidárias entre republicanos sobre a abordagem a ser adotada em relação à Rússia e à Ucrânia.
Futuro das negociações
Zelenskyy enfrenta uma escolha difícil entre ceder a pressões externas e preservar os interesses nacionais. Ele tem buscado uma abordagem diplomática para lidar com a atual situação, alertando que a guerra deve ser encerrada para evitar um novo conflito. O futuro das negociações depende não apenas dos acordos que possam ser feitos, mas também da disposição dos líderes a chegar a um consenso que respeite a soberania ucraniana e a segurança da Europa.
As tensões e as incertezas em torno do plano de paz revelam a complexidade do cenário internacional atual, onde alianças tradicionais estão sendo desafiadas e as decisões tomadas agora podem ter repercussões duradouras para a estabilidade na Europa.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: John McDonnell/Getty Images