Reunião traz avanços, mas levanta questões sobre a eficácia da Asean

Reunião da Asean com Trump destaca acordos, mas suscita críticas sobre sua relevância e eficácia.

A presença do presidente dos EUA, Donald Trump, na cúpula da Asean, realizada em Kuala Lumpur, trouxe à tona acordos significativos, como um entendimento entre Tailândia e Camboja para resolver disputas de longa data. No entanto, a cúpula também levantou questões sobre a relevância da Asean em um cenário global em mudança, especialmente diante da sua falta de eficácia em resolver crises regionais.

Conflitos e Conquistas

Durante a cúpula, a Asean presenciou um momento positivo com a assinatura de acordos comerciais entre os EUA e vários países membros, incluindo Malásia e Vietnã. Esse movimento é crucial, visto que muitos dos estados da Asean dependem fortemente das exportações para os EUA. No entanto, críticos apontam que a Asean ainda enfrenta desafios significativos, como a guerra civil em Mianmar, que continua sem resolução, destacando a fragilidade do bloco.

Críticas à eficácia da Asean

A incapacidade da Asean de intervir em assuntos internos dos países membros, devido ao princípio de não-interferência, é uma das principais críticas enfrentadas pelo grupo. Especialistas sugerem que essa abordagem pode ser um obstáculo para a resolução de conflitos, como a recente tensão entre Tailândia e Camboja, que culminou em um conflito armado em julho. A falta de um mecanismo eficaz para lidar com disputas regionais se torna evidente em situações críticas.

Momentos de esperança

Apesar das críticas, a cúpula contou com momentos simbólicos, como a adesão de Timor-Leste à Asean, um passo importante para a inclusão geográfica da região. O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmao, expressou a emoção do seu país em se juntar ao bloco, ressaltando a importância do desenvolvimento econômico e da integração. Embora a Asean enfrente desafios, esses momentos de união demonstram que ainda pode ter um papel significativo na diplomacia regional.
O evento também serviu como uma oportunidade para os líderes asiáticos aproveitarem a presença de Trump, buscando fortalecer laços em um momento crítico de negociações comerciais com os EUA. Contudo, a pergunta que permanece é: a que custo a unidade da Asean será mantida diante de suas limitações em abordar questões políticas internas?