Trump e Xi: dança delicada nas negociações comerciais bilaterais

Tensões aumentam entre EUA e China após sanções e ameaças tarifárias

Tensões entre EUA e China aumentam após sanções e ameaças tarifárias nas negociações comerciais.

Em 23 de outubro de 2025, Washington — As negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China tornaram-se mais complicadas após um telefonema entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping em 19 de setembro. As tensões aumentaram com a ampliação das sanções dos EUA sobre empresas chinesas e a resposta de Pequim, que impôs novas exigências para a exportação de materiais raros. A perspectiva de um acordo comercial, antes esperançosa, agora parece nebulosa após a ameaça de Trump de impor tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses.

O jogo de poder nas negociações

Trump afirmou que “ameaçar com tarifas é mais poderoso” do que outras medidas, como interromper o envio de peças de avião para a China. Em resposta, um porta-voz do ministério do Comércio da China destacou que ameaças tarifárias não são a solução para a convivência pacífica entre os países. Ambos os lados estão em uma competição acirrada, tentando se posicionar melhor nas negociações, com observadores como Nick Burns, ex-embaixador dos EUA na China, afirmando que as partes estão buscando uma definição clara de sucesso.

O equilíbrio de vulnerabilidade

Craig Singleton, diretor do programa da China na Foundation for Defense of Democracies, mencionou que as duas economias estão em um “equilíbrio de vulnerabilidade”, onde o controle da escalada é mais importante do que a quantidade de ferramentas disponíveis. Enquanto os EUA têm uma capacidade maior de impor custos, a China demonstra uma tolerância superior a dor.

Possíveis desdobramentos

Jonathan Czin, ex-diretor de China no Conselho de Segurança Nacional, sugere que a China está mudando sua postura, estabelecendo regras mais rígidas para produtos raros como uma estratégia para moldar a dinâmica bilateral. Essa mudança pode ocorrer em resposta às tentativas do governo Trump de apaziguar Pequim nos últimos meses. Um especialista anônimo mencionou que a China está sempre um ou dois passos à frente nas negociações, descrevendo a situação como um jogo de xadrez contra um jogo de jogo-da-velha por parte dos EUA.

Conclusão

Gabriel Wildau, diretor da Teneo, disse que qualquer acordo entre as duas potências não será desequilibrado a favor dos EUA, como em negociações anteriores. O que se espera é que ambas as partes consigam algum sucesso, embora não o máximo que desejam. Assim, as negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo continuarão a ser um campo de batalha tenso e estratégico.

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