Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, escalou suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, defendendo publicamente sua renúncia. Através de uma postagem em sua rede social, Truth Social, Trump sugeriu que Powell deveria seguir o exemplo da diretora Adriana Kugler, que recentemente anunciou sua saída do banco central.
Kugler, indicada durante a gestão de Joe Biden, tem sua saída agendada para 8 de agosto, marcando seu retorno à Universidade de Georgetown. Originalmente, seu mandato se estenderia até janeiro de 2026. Sua ausência foi notada na última reunião do Fed, onde se absteve da votação que manteve as taxas de juros estáveis, entre 4,25% e 4,5%. Trump critica essa decisão, defendendo um corte de três pontos percentuais.
Com a saída de Kugler, Trump vê a oportunidade de influenciar a política monetária através da indicação de um novo membro para o conselho do Fed. Ele expressou satisfação com a vaga aberta e insinuou que a saída de Kugler pode ter sido motivada por divergências com Powell, apesar do alinhamento público prévio entre suas posições.
A pressão sobre Powell se intensificou ao longo da última sexta-feira, com Trump sugerindo que o próprio conselho deveria intervir caso o presidente do Fed continuasse a resistir aos cortes de juros. Apesar das críticas, Trump indicou que “muito provavelmente” não demitirá Powell antes do término de seu mandato, previsto para maio de 2026, temendo possíveis impactos negativos nos mercados. Ele reiterou, no entanto, que o “removeria num piscar de olhos”. Além das questões de política monetária, Trump também criticou Powell pela condução da reforma da sede do Fed em Washington, considerando-a mal planejada e excessivamente dispendiosa.
A decisão de manter as taxas de juros inalteradas nesta semana revelou divisões internas no Fed. Christopher Waller e Michelle Bowman votaram contra a manutenção da taxa, marcando a primeira dissidência dupla desde 1993. Powell tem evitado sinalizar claramente se haverá cortes nas próximas reuniões, frustrando o mercado e alimentando as críticas de Trump. Apesar disso, investidores ainda projetam dois cortes até o final de 2025.
A Casa Branca não se manifestou sobre a saída de Kugler ou sobre a possibilidade de uma substituição imediata. Assessores de Trump, por outro lado, afirmam que ele está elaborando uma lista de possíveis nomes para o banco central, com a possibilidade de anunciar um novo indicado ainda este ano.
