Documentos indicam que ex-presidente teve duas hipotecas como residências principais, mesmo sem habitar as propriedades.
Documentos mostram que Trump assinou hipotecas para duas casas, alegando serem residências principais, mas nunca morou nelas.
Trump fraude hipotecária e as hipotecas na Flórida
Os registros recentes revelam que Donald Trump, enquanto presidente, acusou adversários políticos de fraude hipotecária por alegarem ter mais de uma residência principal. No entanto, documentos mostram que ele fez o mesmo em 1993, assinando hipotecas para duas propriedades na Flórida. Ambas as hipotecas declaravam, sob juramento, que as casas seriam suas residências principais, mas evidências indicam que Trump nunca habitou essas residências.
As propriedades em Palm Beach e suas hipotecas
Trump contratou duas hipotecas em sequência para uma casa de estilo “Bermuda” e uma segunda propriedade nas proximidades, ambas em Palm Beach. Documentos registrados mostram que ele se comprometeu a morar nessas casas dentro de 60 dias após a compra. O montante das hipotecas somava mais de um milhão de dólares, garantido pelo mesmo credor, Merrill Lynch.
Contudo, reportagens contemporâneas e testemunhos de agentes imobiliários revelam que Trump utilizou as casas como propriedades de investimento, alugando-as desde o início. Uma agente imobiliária que trabalhou com Trump confirmou que ele nunca residiu nas propriedades, usando-as apenas para locação.
As alegações de fraude do governo Trump
Curiosamente, enquanto Trump fazia essas declarações em relação a seus adversários, seu caso apresenta elementos que levantam questões sobre a veracidade de suas acusações. Especialistas em direito hipotecário comentaram que, embora a alegação de ter duas hipotecas para residências principais seja frequentemente legal, a situação de Trump vai além do que sua administração definiu como padrão para fraudes hipotecárias.
Kathleen Engel, uma professora de direito, destacou que, dada a postura de Trump sobre fraudes, ele estaria em uma posição que exige uma autorreferência ao Departamento de Justiça para investigar sua própria conduta.
O impacto político e legal
As evidências mostram que a administração Trump acusou adversários políticos, como a procuradora geral de Nova York, Letitia James, de irregularidades semelhantes. James é acusada de ter declarado uma casa na Virgínia como segunda residência enquanto a utilizava como aluguel. A situação de Trump, no entanto, é mais complicada, pois seus compromissos foram para residências principais, o que poderia indicar uma violação maior das regras hipotecárias.
A situação levanta questionamentos sobre a seletividade das investigações de fraude hipotecária por parte de Trump e sua administração. Por enquanto, ao tentar se distanciar de suas ações e jogar acusações sobre adversários, ele pode estar criando uma narrativa que não está em consonância com suas próprias práticas.
Conclusões e lições
Embora a maioria das hipotecas tenha sido quitada, e a prescrição para ações legais possa limitar as consequências de ações passadas, a dualidade nas alegações de Trump destaca um dilema ético e legal mais amplo. A dualidade de suas declarações em comparação com suas ações transmite uma mensagem confusa não apenas para seus apoiadores, mas também para o público em geral, levantando um debate sobre a integridade no cenário político atual.
Fonte: www.propublica.org
Fonte: Palm Beach Daily News via Newspapers.com


