Trump e a nova ordem na América Latina: controle e intervenção

Nelson Almeida/AFP/Getty Images

Análise do impacto das políticas de Donald Trump na região e suas consequências.

O controle de Trump na América Latina redefine a dinâmica política da região, com consequências profundas para seus países.

O controle de Trump na América Latina redefine a dinâmica política da região, com consequências profundas para seus países.

O impacto das políticas de Trump na América Latina

Durante o primeiro ano do segundo mandato de Donald Trump, a América Latina passou a viver um momento de intensa reconfiguração política. As intervenções e a pressão dos Estados Unidos tornaram-se mais evidentes, criando um ambiente de incerteza que desafia as soberanias nacionais. A influência do presidente americano, que se tornou o novo centro de gravidade da política hemisférica, se manifesta em intervenções diretas, com consequências letais para muitos cidadãos, e na manipulação de eleições, como observado em Honduras e Argentina.

A nova ordem imposta por Trump se baseia em um regime disciplinar que premia aliados e pune opositores. Os líderes que se alinham com a agenda americana, como Nayib Bukele e Javier Milei, são recompensados com apoio financeiro e cooperação em segurança. Em contrapartida, aqueles que se opõem ao imperialismo estadunidense, como os presidentes do Brasil e do México, adotam uma postura de resistência pragmática, evitando rupturas abertas, mas mantendo distância da política de Trump.

A resistência da esquerda e a nova realidade

A esquerda latino-americana, que anteriormente servia como contrapeso moral ao imperialismo dos EUA, encontra-se em um estado de desorientação. O que antes era uma onda progressista unificada agora se fragmentou, com líderes como Luiz Inácio Lula da Silva e Claudia Sheinbaum tentando equilibrar a cooperação com o governo dos EUA e a defesa da soberania nacional. Essa nova dinâmica se revela em uma resistência mais diplomática do que militar, destacando a necessidade de estratégias que evitem a confrontação direta e busquem negociar em vez de desafiar abertamente o poder americano.

Entretanto, a abordagem de confrontação adotada por líderes como Gustavo Petro, da Colômbia, ilustra o risco de uma resistência sem apoio coletivo. Essa estratégia, embora possa gerar um aumento de apoio interno, não altera a postura dos EUA e frequentemente resulta em medidas punitivas contra os países que se opõem abertamente a Washington.

A erosão das instituições regionais

As instituições que outrora sustentaram a diplomacia regional estão se tornando irrelevantes. As tentativas de mediação de crises, como a situação na Venezuela, têm falhado repetidamente, e eventos como a Cúpula das Américas foram cancelados, demonstrando a fraqueza das estruturas multilaterais. Em um momento em que a necessidade de cooperação regional é maior do que nunca, a falta de um consenso e a fragmentação das vozes latino-americanas tornam a situação ainda mais complicada.

A resposta ao imperialismo de Trump, que se apresenta como uma nova normalidade, exige uma reflexão profunda sobre a unidade e a estratégia da esquerda na região. O desafio é restaurar um discurso coeso que possa unir os países latino-americanos na defesa de suas soberanias e na busca por um futuro mais equitativo.

Enquanto isso, a ascensão das políticas de Trump indica que a América Latina pode estar se afastando do ideal de uma zona de paz e solidariedade, a favor de um cenário polarizado onde a lealdade a Washington se torna um pré-requisito para a sobrevivência política e econômica.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Nelson Almeida/AFP/Getty Images

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