Trump promove revisão de assessores de voto, beneficiando Musk

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Medida pode alterar dinâmica entre acionistas e conselhos corporativos

A revisão de assessores de voto por Trump pode beneficiar Musk e alterar a governança corporativa.

Revisão de assessores de voto e suas implicações

No dia 5 de outubro de 2023, o presidente Donald Trump anunciou uma revisão de duas das principais empresas de assessoria de voto no mercado: Institutional Shareholder Services (ISS) e Glass Lewis. Essa decisão, aclamada por muitos em Corporate America, incluindo o CEO da Tesla, Elon Musk, busca reavaliar como essas empresas influenciam as decisões dos acionistas nas assembleias corporativas.

As empresas de assessoria de voto como a ISS e a Glass Lewis têm um papel crucial na orientação de grandes investidores, como fundos de pensão, em como votar em decisões corporativas. Entretanto, o uso de políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e de governança ambiental, social e corporativa (ESG) por essas empresas gerou descontentamento entre executivos, incluindo Musk, que acredita que suas recomendações prejudicam a empresa.

A ordem executiva e suas consequências

A ordem executiva de Trump não apenas solicita uma revisão, mas também direciona a Securities and Exchange Commission (SEC) a investigar as práticas da ISS e da Glass Lewis. Kerry Berchem, especialista em governança corporativa, comentou que essa mudança pode não gerar regras imediatas, mas é um sinal claro de que a influência dessas empresas será examinada com mais rigor. Isso pode levar a uma mudança nas recomendações dadas aos acionistas, alterando assim o panorama da governança corporativa.

Críticas e apoio a Trump

O movimento de Trump reflete uma resistência crescente contra o que muitos chamam de ‘capitalismo woke’, onde as empresas são vistas como promotoras de agendas políticas que não necessariamente alinham-se com os interesses financeiros dos acionistas. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, também expressou preocupações sobre a influência desproporcional dessas empresas, descrevendo-as como “incompetentes”.

A medida recebeu apoio de segmentos conservadores que se opõem à introdução de políticas DEI e ESG nas práticas corporativas. A ordem executiva destaca a preocupação de que tais políticas possam desviar as empresas de suas prioridades financeiras tradicionais.

Impacto na dinâmica corporativa

Com a crescente pressão sobre as firmas de assessoria de voto, a ordem de Trump sinaliza uma possível reavaliação das práticas de governança corporativa. As empresas de assessoria, que gerenciam trilhões de dólares em investimentos, precisam não só fornecer recomendações, mas também garantir que essas orientações não sejam percebidas como tendenciosas ou politicamente motivadas.

A ISS e a Glass Lewis, fundadas em 1985 e 2003, respectivamente, têm enfrentado críticas e processos, incluindo um processo antitruste movido pelo procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, que questiona se essas empresas violaram leis estaduais. Essa pressão pode levar a uma mudança significativa nas operações e no impacto que essas empresas têm nas decisões de votação dos acionistas.

O futuro das assessorias de voto

Embora a ordem de Trump represente um primeiro passo significativo em direção a uma reavaliação do papel das assessorias de voto, ainda é cedo para determinar as implicações a longo prazo. Lawrence Elbaum, advogado de M&A, observou que a verdadeira mudança dependerá dos resultados das revisões realizadas pelas agências governamentais. As expectativas são de que essa revisão possa alterar a forma como as empresas de assessoria operam e, consequentemente, como os acionistas tomam suas decisões em relação a questões cruciais, como compensação executiva e estrutura do conselho.

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