Ucrânia inicia auditoria em empresa nuclear após escândalo de corrupção

Investigação revela desvio de recursos na Energoatom em meio à guerra contra a Rússia

Ucrânia enfrenta escândalo de corrupção na Energoatom, com desvio de US$ 100 milhões. Auditoria prioritária será realizada.

Auditoria da Energoatom e o escândalo de corrupção

Em meio à guerra contra a Rússia, a Ucrânia enfrenta um novo escândalo de corrupção envolvendo a Energoatom, a companhia nacional de geração de energia nuclear. A primeira-ministra Yulia Svyrydenko anunciou em 17 de novembro de 2025 que uma auditoria na empresa começou e será uma prioridade máxima do governo. O escândalo, revelado por uma investigação que identificou um desvio de cerca de US$ 100 milhões, abalou a confiança na administração do presidente Volodymyr Zelensky.

Detalhes da investigação e seus desdobramentos

A investigação, conduzida pelo Serviço de Auditoria do Estado, abrangerá a administração da Energoatom e 10 de suas filiais, incluindo três usinas nucleares, no período de 2023 a 2025. Os resultados provisórios da auditoria devem ser divulgados até dezembro de 2025. Svyrydenko destacou que os materiais da auditoria serão encaminhados às autoridades policiais e anticorrupção para as devidas providências.

O escândalo teve início a partir da Operação Midas, realizada pela Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia, conhecida como Nabu. Esta operação desmantelou uma rede que obrigava subcontratados a pagar subornos de 10% a 15% do valor dos contratos para manter o status de fornecedores. Foram realizadas cerca de 70 buscas, resultando na detenção de cinco indivíduos, incluindo um ex-assessor do Ministério da Energia e o vice-presidente da Energoatom, Jakob Hartmut, que foi suspenso de suas funções.

Um contexto de corrupção persistente

A corrupção na Ucrânia não é um problema recente. Desde 2022, o país tem enfrentado uma série de escândalos envolvendo o setor de defesa e a aquisição de suprimentos, levando à renúncia de ministros e à prisão de altos funcionários. O ex-ministro da Defesa, Oleksi Reznikov, foi forçado a deixar o cargo devido a irregularidades na compra de uniformes e alimentos para o exército. Recentemente, altos funcionários foram detidos por fornecimento de projéteis defeituosos ao exército e por irregularidades no recrutamento militar.

O presidente Zelensky havia tentado sancionar uma lei que restringia a independência dos órgãos de combate à corrupção, mas recuou após protestos e críticas de entidades internacionais como o FMI e a União Europeia.

Consequências e reações do governo

O escândalo envolvendo a Energoatom ganhou uma nova dimensão ao se relacionar com Timur Mindich, um empresário próximo a Zelensky, que teria deixado o país antes do início das investigações. O caso levou a renúncias no governo, incluindo a do ministro da Justiça, German Galushchenko, acusado de receber benefícios pessoais, e da ministra da Energia, Svitlana Grinchuk, que, embora não implicada diretamente, é considerada próxima ao ex-ministro.

Zelensky expressou surpresa com o escândalo, mas reafirmou seu apoio integral às investigações em curso. A situação evidencia o desafio contínuo da Ucrânia em combater a corrupção, especialmente em um momento em que a integridade do governo é crucial para a confiança pública e a estabilidade do país em meio ao conflito com a Rússia.

Fonte: www.metropoles.com

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