Acordos do Reino Unido com Trump podem gerar bilhões em custos.
MPs alertam que acordos do Reino Unido com Donald Trump podem ser frágeis e custar bilhões ao contribuinte.
Os acordos firmados entre o Reino Unido e Donald Trump estão sob intensa scrutinização por parte de membros do Parlamento, que alertam que essas negociações podem ser “construídas sobre areia”. A situação se agrava com a revelação de que o recente acordo para evitar tarifas sobre medicamentos não possui um texto jurídico que o suporte, limitando-se a termos amplos divulgados em comunicados de imprensa.
A fragilidade dos acordos
A chamada “milestone deal” anunciada recentemente sobre farmacêuticos, que implica que o Serviço Nacional de Saúde (NHS) pagará mais por medicamentos em troca da promessa de zero tarifas, ainda carece de um fundamento legal que garanta sua validade. As preocupações aumentam após os Estados Unidos decidirem suspender o “tech prosperity deal” no valor de £31 bilhões, que era considerado um avanço significativo nas relações comerciais entre os dois países. Essa suspensão foi justificada pela alegação de falta de progresso do Reino Unido na redução das barreiras comerciais.
Além disso, os compromissos feitos em um acordo anterior com os agricultores britânicos, que foram celebrados como históricos, ainda não foram ratificados pelos EUA, mesmo com um prazo iminente em janeiro.
Implicações do acordo
A chair do comitê de saúde, Layla Moran, expressou sua preocupação com a suposta ingenuidade do governo britânico ao acreditar que a administração Trump seria um parceiro confiável. Ela enfatizou que o NHS é uma instituição valiosa que não deve ser colocada em risco por acordos frágeis, alertando que esses compromissos podem custar bilhões aos contribuintes britânicos se não forem geridos corretamente.
Liam Byrne, presidente do comitê de negócios e comércio, também ressaltou a urgência de fazer com que o acordo sobre a prosperidade tecnológica volte a funcionar. Apesar das preocupações, figuras do governo minimizam os riscos de que os EUA possam se retirar do acordo farmacêutico, citando a pressão da indústria farmacêutica americana por clareza nas importações e preços de medicamentos.
O papel da incerteza
A instabilidade nas relações comerciais com a administração Trump é vista como um novo padrão, com ministros expressando preocupações sobre a fragilidade dos acordos existentes. Um especialista em comércio, David Henig, destacou o risco de o governo britânico ter assumido compromissos que elevam os preços dos medicamentos em troca de promessas verbais, um cenário que não é típico nas políticas comerciais internacionais.
A falta de um texto legal provisório, que normalmente precede acordos desse tipo, levanta questões sobre a seriedade e a segurança das negociações. Enquanto isso, a implementação do acordo tarifário firmado no último maio enfrenta dificuldades, com quotas de exportação de carne bovina que ainda não foram formalmente aprovadas.
Conclusão
A situação atual exige que o governo britânico reavaliar seus acordos com os EUA e busque garantias mais sólidas que protejam os interesses do país. As incertezas e os riscos associados a esses acordos devem ser geridos com cautela, uma vez que as consequências financeiras para o contribuinte podem ser significativas caso as promessas não sejam cumpridas.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Leon Neal/Reuters



