A jornalista Mariam Adu Dagga, da Associated Press, vítima do ataque ao hospital em Gaza na última segunda-feira (25/08), deixou uma tocante carta para seu filho de 13 anos. A mensagem, um testamento de amor e esperança, foi lida na quarta-feira (27/08) durante uma sessão das Nações Unidas, pelo embaixador da Argélia na ONU, Amar Bendjama.

Visivelmente emocionado, o embaixador Bendjama compartilhou as palavras da jornalista, originalmente escritas no X (antigo Twitter). “Você é o coração e a alma da sua mãe”, dizia a carta. “Quando eu morrer, quero que você reze por mim, não que chore por mim. Quero que você nunca, nunca se esqueça de mim.”

A mensagem prosseguia com votos para o futuro do filho. “Fiz de tudo para mantê-lo feliz e seguro. E quando você crescer e se casar, quando tiver uma filha, dê a ela o meu nome de Mariam.” A jornalista expressou o desejo de que o filho a honrasse com suas ações: “Eu quero que você me faça orgulhosa e seja inteligente e responsável. Eu quero que você se torne um talentoso homem de negócios. Você é meu amor, meu coração, minha alma e meu suporte. Eu quero ser orgulhosa pelo que as pessoas disserem sobre você. Por favor, lembre-se de suas orações, meu filho”, finalizou.

O ataque ao hospital em Khan Younis, no sul de Gaza, resultou na morte de pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) justificaram a ação, alegando que o alvo era uma câmera utilizada pelo Hamas para monitorar as atividades das forças israelenses. Segundo o relatório das FDI, o equipamento era suspeito de “direcionar atividades terroristas contra as forças [de Israel]”, e o ataque teria eliminado cinco membros do Hamas e um da Jihad Islâmica Palestina.

A morte de Mariam Adu Dagga e a leitura de sua comovente mensagem ressaltam o alto custo humano do conflito e a importância do trabalho dos jornalistas em zonas de guerra. A carta, agora parte do registro da ONU, serve como um poderoso lembrete da esperança e do amor que persistem mesmo em meio à tragédia.