Sob o continente africano, forças geológicas titânicas estão em movimento, prenunciando o surgimento de um novo oceano e a eventual transformação da África Oriental em uma ilha gigante. A região de Afar, na Etiópia, é o epicentro desse drama tectônico, onde três grandes fossas se encontram.
Estudos recentes revelam a existência de uma pluma de magma pulsante sob a Etiópia, um “coração geológico” que impulsiona a expansão do continente. Essa atividade magmática constante levanta e enfraquece a crosta terrestre, esticando a placa africana como uma massinha até o ponto de ruptura.
O processo, entretanto, é incrivelmente lento. A previsão é que, em milhões de anos, o sistema de riftes afunde até o nível do mar, formando uma bacia oceânica comparável ao Mar Vermelho. O fenômeno é parte do Sistema de Riftes da África Oriental, uma fenda tectônica ativa que se estende por Etiópia, Quênia, Tanzânia e outros países. Essa fenda colossal está gradualmente separando a placa Somaliana da Nubiana, em um lento “divórcio” continental.
De acordo com especialistas, as pulsações do manto são canalizadas pelas placas superiores, influenciadas por seu formato e espessura. Em áreas de rifteamento mais rápido, essas pulsações ocorrem de forma mais regular. Essa dinâmica explica a atividade vulcânica e sísmica na região, revelando a conexão entre os eventos na superfície e as forças profundas que moldam a Terra.
O surgimento do novo oceano terá impactos significativos no mapa mundial. Países como Etiópia e Uganda, que atualmente não possuem saída para o mar, poderão ganhar um litoral. No entanto, o processo levará milhões de anos, o que significa que a atual civilização humana não testemunhará a mudança completa.