Universidade renuncia patente de curativo biológico com pele de tilápia

Viktor Braga/UFC

O curativo promete revolucionar o tratamento de feridas e queimaduras com um material sustentável e acessível.

A Universidade Federal do Ceará abre mão da patente de um curativo feito com pele de tilápia, viabilizando sua produção.

A pele de tilápia, pesquisada há quase uma década pela Universidade Federal do Ceará (UFC), está mais perto de chegar aos hospitais. No dia 10 de novembro, a UFC assinou a cessão da patente do curativo biológico, permitindo que as empresas Biotec Solução Ambiental Indústria e Comércio Ltda. e Biotec Controle Ambiental Ltda. assumam a produção e os testes necessários para disponibilizar o produto no mercado.

Avanços na pesquisa de curativos

A tecnologia desenvolvida pela UFC demonstrou que a pele de tilápia, após tratamento e esterilização, pode atuar como um curativo eficaz. Este material se adere bem à área lesionada, mantendo a umidade ideal e acelerando o processo de cicatrização. Inicialmente, os estudos focaram em queimaduras, mas também foram realizados testes para outras lesões.

Resultados promissores em estudos clínicos

Em pesquisas clínicas, a pele de tilápia apresentou resultados comparáveis aos de curativos modernos à base de prata. Em média, a cicatrização ocorria em pouco mais de nove dias, um tempo semelhante ao dos materiais convencionais. Os pacientes relataram níveis de dor parecidos, indicando que o curativo é uma alternativa viável.

Proximos passos para o curativo

Com a licença da patente, as empresas envolvidas terão a responsabilidade de desenvolver o produto final, realizar novos testes e comprovar a segurança do curativo. Além disso, buscarão a aprovação da Anvisa antes que o produto possa ser amplamente utilizado. Os planos incluem o lançamento de um kit comercial e a exploração de aplicações tanto na medicina humana quanto na veterinária.

Sustentabilidade e acessibilidade

O uso da pele de tilápia é visto como uma solução não apenas terapêutica, mas também sustentável. A tilápia é amplamente produzida no Brasil e sua pele, muitas vezes descartada, pode ser transformada em um biomaterial útil. Essa iniciativa contribui para a redução de desperdícios e oferece uma alternativa de baixo custo, especialmente em regiões com acesso limitado a tratamentos avançados.

Importância da inovação científica

A nova fase do projeto representa um passo significativo para a inovação científica no Brasil. A possibilidade de um produto desenvolvido no país se tornar parte do tratamento rotineiro de queimaduras e feridas amplia as opções disponíveis para os pacientes. Além disso, fortalece o papel da pesquisa nacional no desenvolvimento de soluções práticas e acessíveis para a saúde.

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Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Viktor Braga/UFC

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