Expectativa de lucro e receita em crescimento, apesar de incertezas macroeconômicas
A Vale deve registrar lucro de R$ 10,9 bilhões no 3T25, com produção recorde. Desafios incluem incertezas globais e tarifas dos EUA.
A Vale (VALE3) deve apresentar lucro sólido no terceiro trimestre de 2025, sustentado por produção recorde e preços ainda elevados do minério de ferro, em balanço a ser divulgado nesta quinta-feira (30), após o fechamento do mercado. A companhia tem demonstrado flexibilidade operacional e capacidade de ajustar seu mix de produtos conforme o mercado, além de seguir bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025, segundo analistas.
Desempenho e projeções
A Vale deve registrar lucro líquido de R$ 10,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025, segundo consenso reunido pela Bloomberg, recuo em relação aos R$ 13,39 bilhões reportados no mesmo período do ano passado. A receita projetada é de R$ 53,9 bilhões, alta discreta ante os R$ 52,98 bilhões do 3T24. O Ebitda estimado para o período é de R$ 22,1 bilhões, acima dos R$ 20,05 bilhões reportados no ano anterior, com margem líquida projetada em 20,3% e margem Ebitda de 41%.
Contexto de incertezas
Entretanto, o futuro desempenho da mineradora enfrenta pressão de incertezas macroeconômicas, como as tarifas dos EUA sobre produtos chineses, cortes na produção de aço na China e riscos de aumento da oferta global. O Bradesco BBI citou produção forte e preços resilientes, com expectativa de Ebitda de US$ 4,2 bilhões no trimestre, aumento de 14% em base anual. Segundo a Genial Investimentos, o trimestre deve mostrar uma recuperação operacional consistente, sustentada por maiores volumes de vendas, melhora dos prêmios e custos sob controle.
Expectativas e análise
A Genial projeta receita líquida de US$ 10,4 bilhões, alta de 18% em relação ao trimestre anterior, Ebitda de US$ 4,3 bilhões, com crescimento de 26%, e lucro líquido de US$ 2,6 bilhões, com avanço de 22%. A corretora destaca que o preço do minério de ferro segue “anormalmente sustentado” entre US$ 100 e US$ 105 por tonelada, nível acima do esperado, e que o cenário ainda requer cautela diante da possível expansão da oferta global e do ambiente macroeconômico desafiador.