Nova diretriz encerra debates teológicos sobre o papel de Maria na salvação
O Vaticano, em 4 de novembro de 2025, publicou um decreto que reafirma a posição de que só Jesus é o redentor, vetando o título de Maria como “corredentora”.
Em 4 de novembro de 2025, o Vaticano publicou um decreto que reafirma a posição oficial da Igreja Católica de que Jesus Cristo é o único redentor da humanidade. A nova diretriz instrui os 1,4 bilhão de católicos a não se referirem à Virgem Maria como “corredentora”, título que alguns fiéis usavam para expressar que ela teria colaborado de modo especial na salvação da humanidade.
Debate teológico encerrado
A nova instrução encerra um debate teológico que se estendeu por décadas dentro da Igreja, provocando divergências entre papas recentes. O texto argumenta que o termo “corredentora” pode “criar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”, sugerindo uma partilha indevida no papel redentor de Cristo. O decreto também reconhece o papel singular de Maria como mãe de Jesus e “intermediária entre Deus e a humanidade”.
Posições dos papas
A discussão sobre o título de “corredentora” é antiga e já dividiu líderes da Igreja. João Paulo II chegou a usar o termo em alguns discursos, mas abandonou o uso público após a década de 1990. Seus sucessores, incluindo Bento XVI e Francisco, reforçaram a rejeição ao termo, com o último considerando a ideia de Maria como corredentora como “loucura”. O novo decreto segue essa linha, afirmando que a obra redentora de Cristo é perfeita e não necessita de acréscimos.
Veneração de Maria
O Vaticano destaca que Maria deve ser venerada como “mãe, serva e discípula”, a mulher que conduziu os fiéis a Cristo, mas não igualada em poder ou missão. Essa decisão visa preservar a clareza da fé e evitar interpretações que possam desviar o sentido central da salvação cristã.